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Apesar dos avisos do PR, a CDU e o BE votam contra o Orçamento). Deste modo, o Orçamento para 2022 não foi aprovado. E, bem contrariado, esse adepto das estabilidades “à outrance” que é Marcelo Rebelo de Sousa, lá foi obrigado a dissolver o Parlamento e a convocar novas eleições legislativas, antecipadas cerca de 2 anos. O primeiro partido a “saltar do barco” foi a formação da teatral Catarina Martins e das irmãs Mortágua, lídimo descendente da velha e caceteira UDP (de Acácio Barreiros, do major Tomé e de Francisco Louçã). Inesperado, foi também “desertarem o campo” as forças do PCP e Verdes (a CDU). As quais trocam o certo de serem um partido aliado do Governo (embora pequeno, menos de 7%); pelo incerto de irem a eleições e poderem vir de lá com um resultado ainda pior, por causa do dito “voto útil” no PS.
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António Costa bem tentou “seguir viagem”?). Sentindo-se, como quase sempre, apoiado pelo PR Marcelo (eleito com os votos do Centro e de alguma Direita, mas muito “compreensivo” para com a Esquerda), António Costa pensou poder negar ao PCP e ao BE algumas das exigências (financeiramente descabidas) que estas formações lhe faziam. E acreditava que elas “jogariam pelo seguro” (e não me refiro aqui, é claro, ao injustamente traído em 2015, o dr. José Seguro, de boa memória…). E que prefeririam ser aliados menores dum governo de Esquerda; em vez de jogar na lotaria de eleições que provocaram; e cujo resultado pode ser (nada se sabe, ainda) a perda do poder pela Esquerda e a subida ao Governo de alguma coligação que inclua os seus execrados PSD, CDS, Chega e IL.
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Ou pelo contrário, Costa e Jerónimo aproveitam a fraqueza actual de PSD e CDS para provocar eleições?). Note-se que esteve, até à última, nas mãos do PCP viabilizar o Orçamento; mas o PCP não abdicou das exigências e o Governo caiu. Aliás, tal qual em 2016, a ideia de “geringonça” foi uma ideia que directamente resultou da “criatividade” de Jerónimo; que a ofereceu a um Costa que (como é óbvio) já se preparava para ir embora, uma vez que a vitória eleitoral fora outra vez da aliança PSD-CDS (Passos-Portas), 38 contra 32% do PS. Do PS de Costa, o tal que apeou Seguro; o tal que ele reconhecia que, é certo que vencia eleições, mas que “vencia por poucochinho”…
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Um PSD que continua irreconhecível). O PSD parece ter abdicado de ser o que sempre tem sido (com pequenos intervalos), na cena política portuguesa: um partido que (apesar do nome, algo “esquerdizante”) tem sido uma força poderosa de centro-direita. No tempo de Cavaco Silva até, bebendo (demais) das ideias liberais e “federalistas europeias”. Rui Rio tem sido, nos últimos 4 anos, o rosto de outro desvio e consequente estagnação. Não que o derrotado Rangel (devido às suas desajustadas características pessoais) prenunciasse alguma melhoria da situação, caso fosse eleito. Mas já o mesmo não se poderá dizer dos 2 anteriores opositores internos a Rio, por este também derrotados por algumas alegadas “chapeladas” e sempre por margens mínimas de ca. 52vs. 48%. Falo do agora já algo veterano mas sempre carismático Santana Lopes (o tal 1.º ministro duma maioria absoluta eleita pelo Povo e que o PR Sampaio aleivosa e injustificadamente “despediu” e que foi sucedido pelo genial José Sócrates…). E falo também de Luís Montenegro, o ainda jovem advogado espinhense com raízes brigantinas. Quer Santana quer Montenegro venceram largamente os debates contra Rio, agradando muito mais ao típico eleitorado do PSD (que agora anda meio-órfão…). Só o voto organizado pelo aparelho salvou Rio nessas duas eleições internas.
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No CDS, a coisa ainda é mais grave). Nuno Melo, o sucessor natural de Paulo Portas, já há anos se deixou “comer” pela inepta drª Cristas, oferecendo-lhe a sucessão na liderança (e veja-se hoje a gratidão da senhora…). Agora, este a vários títulos notável político famalicense (gentil-homem típico do nosso Noroeste minhoto-duriense) vê proibida a sua candidatura pelo imaturo Rodrigues dos Santos (o tal Xicão), uma espécie de trotskista especializado em RGA's; e que se tem na conta de algum Napoleão, só por ter olhos cinzentos e ter andado no Colégio Militar. Resultado: o Chega fica com os votos do CDS e os grandes deste partido (Cecília Meireles, Telmo Correia, Lobo Xavier, Pires de Lima, João Almeida, etc.) afastam-se. E é pena que Ribeiro e Castro queira “pescar nestas águas turvas”.
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Se Portugal fosse um país normal, o Chega subiria bastante). Porém, 5 décadas de doutrinação de Esquerda contra “a Pátria e o Império”, meteram na cabeça das novas gerações portuguesas, complexos de culpa inultrapassáveis e análises da História que nem de longe nem de perto, correspondem à verdade. Contudo, o partido até pode não alcançar os 12% que o destemido André Ventura obteve para PR. Mas é forçoso que suba. Os nacionais não são tão burros ou distraídos que não percebam que Ventura é o único que prega contra a Droga; contra certas minorias estrangeiras demasiado influentes; contra a desordem nas escolas e nas ruas; contra a decadência dos costumes e a favor da ideia de Nação. E bastou conhecermos a qualidade do vereador açoriano dr. Pacheco, para constatarmos que o Chega não é o “partido de um homem só”.
Autor: Eduardo Tomás Alves