O SC Braga estreou-se na fase de grupos da Taça da Liga, com a receção ao Trofense, da segunda divisão. Avisada pelos vários resultados negativos de equipas do primeiro escalão contra outras do segundo, a equipa de Artur Jorge foi em busca da felicidade e conseguiu o objetivo de vencer.
Após os últimos resultados registados na Pedreira, onde houve duas derrotas penosas, frente a Chaves e Casa Pia, e um triunfo difícil, frente ao Moreirense para a Taça de Portugal, Artur Jorge preparou a equipa de modo a encarar com seriedade este jogo, o que se viria a observar. Foi assim que os Gverreiros do Minho chegaram ao intervalo a vencer por dois golos sem resposta, graças às concretizações de Banza e Al Musrati, deixando de lado os receios de uma prestação e resultado negativos no encontro. O treinador brácaro não foi de modas e colocou em campo o melhor onze, em função de algumas limitações existentes, rodando apenas o guarda-redes, com Tiago Sá a voltar a jogar de início, tal como tem acontecido nos encontros das taças.
A segunda parte parecia um pouco sonolenta, o que não agradava à plateia e ao técnico bracarense, que cedo fez algumas alterações, colocando em campo vários meninos da cidade desportiva. Se de início estavam Tiago Sá, mais experiente, e Bruno Rodrigues, as entradas de Hernâni, Álvaro Djaló, Rodrigo Gomes e Gorby, colocavam em campo as razões da existência de uma boa formação, dando sequência ao trabalho anterior no clube. Este é, certamente, o caminho. Existe, nos jovens utilizados e noutros que não foram opção, muita qualidade que o trabalho sério pode ajudar a atingir um patamar elevado na carreira dos atletas.
Desta vez Vitinha não foi utilizado, ele que simboliza a capacidade de trabalho, dedicação e resiliência, capazes de fazer um jogador atingir níveis elevados de desempenho. Espero, sinceramente, que outros sigam o exemplo do menino de Cavez, pois a qualidade existente se for trabalhada como deve ser tornará o futuro mais sorridente, quer para os jogadores, quer para o SC Braga.
Uma nota de relevo para o golo de Banza que assim colocou fim à secura de golos que durou meses. Faço votos, agora, para que este golo seja impulsionador de nova fase a condizer com o desempenho de início da época do jogador e a condizer com o seu real valor. Mentalmente Banza deverá surgir mais forte, pelo que é expectável que os bons desempenhos regressem com regularidade. Outra nota para a estreia a marcar pela equipa principal de Hernâni, na segunda aparição da época em campo a este nível, o que deve ter deixado nas nuvens e de sorriso largo o jovem atleta bracarense. Ele e outros que nunca desistam dos seus sonhos, trabalhando arduamente por eles.
O caminho na Taça da Liga prossegue no Jamor, no próximo domingo, para defrontar o Casa Pia. Ora, nas memórias dos braguistas ainda está o recente desaire na Pedreira para a liga, pelo que se espera um desempenho diferente, que se traduza num resultado positivo. Aguardemos, pois, para saber em que contexto se disputará o último jogo desta fase de grupos, frente ao Paços de Ferreira. O objetivo de ficar em primeiro lugar é evidente, de modo a marcar presença nos quartos de final da competição.
A reformulação do formato da Taça da Liga está na mente de alguns, sendo desejo ver uma final four direta entre os quatros classificados da temporada anterior, o que desvirtua os princípios que levaram à criação desta competição. Espero que esse formato anunciado não vingue e que a Taça da Liga continue, de alguma forma, a ser disputada por todas as equipas que integram as duas ligas profissionais.
Autor: António Costa