O país tenta vencer desafios à medida que surgem problemas na saúde, aumenta o desemprego e a economia compromete o futuro, se entretanto não surgirem boas notícias no combate ao covid-19.
Os políticos também se enganam, de tal forma que as suas palavras confundem os cidadãos, desejosos de voltarem às férias no campo e na praia, ou mesmo no estrangeiro. Os problemas decorrem também das limitações e fecho de aeroportos e fronteiras, curiosamente locais que aconselham vigilância, prudência e rigor, num contexto de pandemonia que se tornou extensivo a muitos países, alguns ao que parece, com graves problemas e centenasou mesmo milhares de vítimas.
Todos desejam sinais positivos neste combate contra um inimigo cruel, que destrói a economia, que continua a constituir-se como um desafio sem solução, apesar do avanço da ciência e das investigações em curso, em vários locais do mundo.
Que fazer perante a realidade? Obedecer e cumprir com orientações do poder político e da Direção Geral de saúde, usar máscara, evitar proximidade social, nomeadamente nos locais públicos e fechados, nos transportes, enfim cumprir com as normas e leis que vão surgindo e visam evitar a propagação do vírus e proteger-nos.
Mesmo assim, o decurso do tempo, a ansiedade, o medo, a incerteza, constituem-se como problema permanente, mesmo quando figuras públicas, surgem em eventos culturais respeitando regras e normas de conduta. A questão é saber, até que ponto este "eles vão" porque não vamos nós, tem depois influência em comportamentos dos cidadãos.
Somos confrontados nos transportes públicos com distanciamentos por vezes reduzidos, na via pública por cidadãos sem máscara, sem regra de caminhar pela esquerda ou pela direita, em grupo, continuando a assistir-se a uma despreocupação por parte dos jovens, indiferentes ao perigo que podem significar para os mais velhos.
E no trabalho como será? De repente são necessárias regras, quando os espaços nem sempre permitem os distanciamentos aconselhados. Como resolver o problema? Mais teletrabalho sendo possível? São milhares os trabalhadores que não conseguiram regressar ao trabalho, como vai o governo gerir esta situação? quantos milhões constituem já um custo que representa encargo para o Orçamento do Estado? E até quando vai poder o país dar resposta ao problema?
O momento não sendo fácil, obriga cada cidadão a preocupar-se com um problema que afinal vai afetar todas as famílias por muito tempo. Ignorar a questão social é não resolver um problema grave com consequências sociais, económicas e políticas de enorme dimensão.
De nada vale legislar se os cidadãos não entenderam a mensagem e a responsabilidade do coletivo para os desafios que temos pela frente. Agora não estão em causa cores ou opções políticas, mas antes medidas e comportamentos capazes de ajudar a vencer a pandemia e a crise.
Autor: J. Carlos Queiroz
Os desafios do presente

DM
29 junho 2020