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Os amigos. E a minha miopia política, será (?)

Eu gosto muito dos meus amigos socialistas. E não são poucos. Não é difícil gostar deles. Não parece, mas é verdade. É que eles têm um discurso cheio de convicções. De certezas. De sensibilidades. E de preocupações sociais. Dá gosto debater com eles assuntos políticos.

1 - Esta “militância” do pensamento humanista e solidário praticamente imaculado na sua intervenção política, cultural e social, seduz-me por preconizar, sem margem para dúvidas, tudo aquilo que todos ambicionamos: ser cidadãos felizes e com boa carteira. Cidadãos que sejam iguais perante a lei e no acesso fácil aos serviços do Estado. Na igualdade de oportunidades e na aquisição de bens, seja de que espécie for. No combate à pobreza e na exigência da transparência. Nada de dificuldades. Nem pensar! Tudo e sempre, por um país melhor!

Em todos os combates, eles estão na linha da frente e sempre prontos a dar o corpo ao manifesto. Não poupam esforços para defender os valores democráticos e rejeitam peremptoriamente que alguém lhes possa dar lições de moral. Até na seriedade como abraçam a causa pública e no patriotismo como agarram os valores da pátria, tipo Ascenso Simões, são uns verdadeiros exemplos de cuidadores da coisa pública. As ideias e as práticas socialistas estão sempre em primeiro lugar. E quem desalinhar pela “cartilha” come logo com uns epítetos bastante folclóricos e coloridos. Eles gostam de colar “cartazes” aos desalinhados. Aos que “cospem” no prato que comem. Aos ingratos que não reconhecem o que lhes é devido.

2 - O socialismo, ao confundir-se com o próprio Estado, dá-nos, não só a sensação de conforto e de igualdade, mas também a certeza que temos garantido um viver de qualidade, com segurança e, essencialmente, com futuro. Sem corrupção e sem aproveitamento dos bens do Estado. Socialismo é a certeza de boa gestão pública e de não deixar ninguém para trás. O histórico assim o diz. Basta olhar para Guterres e para Sócrates. A retracção económica e os dois milhões de pobres que existem neste maravilhoso país é uma herança da “abstrusa direita” que na sua acção discriminatória criou este enorme problema social. O socialismo representa mesmo a entrega solidária de todos os seus militantes às grandes causas nacionais e na defesa intransigente do estado social. Socialismo, no fundo, é a esperança e o futuro do país.

Só é pena que tenha avançado, ao longo destes 48 anos de democracia, aos solavancos e cujos efeitos recessivos estão bem impregnados nas “chagas” políticas que tem provocado no tecido social, económico e financeiro do país. Como sempre, não tiveram qualquer responsabilidade.

3 - Eles, os socialistas, são o pai da democracia, o pai do Serviço Nacional de Saúde, os grandes Defensores da Escola Pública. Os baluartes do sistema reformista da Justiça. A segurança da Segurança Social. Sem eles já estaria falida há muito tempo. É por isso, e perante estas realidades inquestionáveis, que não advogo a hipótese sequer de qualquer serviço prestado que interfere, de alguma maneira, com o nosso viver deva pertencer ou ser gerido pelo sector privado. Os privados não têm lugar no regime socialista e daí não deveriam meter bedelho em nada no que diz respeito à vida dos cidadãos. Os privados só pensam no lucro, na agiotagem e na exploração do homem pelo homem. E isto é inaceitável em sociedades a caminho da abundância, da igualdade e das “manhãs que cantam”. Em sociedades esclarecidas e politicamente conscientes. Em sociedades em que toda a gente rema para o mesmo destino. O tal destino maravilhoso: Tudo do Estado, nada do Privado.

4 - A Educação é um dos sectores de boa oferta pública que, dizem eles, deveria pertencer por inteiro ao Estado. Não faz sentido os privados interferirem na Educação dos seus cidadãos e tomarem conta dos primeiros lugares no ranking da qualidade de ensino. O Privado - Colégios - só parece existir para satisfazer os filhos dos ministros e dos secretários de Estado. Também dos endinheirados, claro! Daí, serem tolerantes para terem as portas abertas. Para formarem os seus meninos. Para poderem se socializar com as elites. No fim, nada de misturas.

Como ponto final - A quem compete educar para a cidadania, formatar o pensamento das crianças e dos jovens para a construção da tal sociedade igualitária? A resposta deles é óbvia: só pode ser o Estado. Um Estado dominado pelo socialismo é o único a garantir a satisfação de todas as necessidades. E a todos. Não se pode ambicionar mais. Com um socialismo destes, um mundo melhor e melhor viver não há. Nem pode haver!


Autor: Armindo Oliveira
DM

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23 janeiro 2022