Dá ideia de que deixam o portão aberto em vez de o terem fechado; economizam em certos produtos que atenuam o “fenómeno”; e há alturas do ano em que, quem mora nas vizinhanças suspeita, pelos odores, de que lá sejam “tratadas” substâncias que não estavam previstas. O certo é que, p. ex., em Junho e Julho de 2017 (tal como em diversas semanas do verão de 2016), o ar de ca. de 1 km em redor deste dispositivo (que devia era beneficiar a saúde pública) permanece empestado com 2 ou 3 cheiros diferentes, às horas mais inesperadas, de dia ou de madrugada.
Tornando assim insuportável a vida nas redondezas, sobretudo nos verões quentes, visto as pessoas não poderem ter sequer uma frincha das janelas aberta. Este atentado, grave, à saúde pública, deveria ser evitável, uma vez que há outras alturas do ano em que, às vezes por 3 semanas seguidas, nada de negativo se regista. E, nos últimos 3 ou 4 anos, a dita instalação, ocasionalmente desgovernada, nunca atingiu porém os graus de envenenamento do ar que anteriormente registava e que agora se repetem.
2 – Mas, apesar disso, há moradores que sofrem forte aumento do IMI!). Vítimas de semelhantes incómodos, os moradores deveriam era ser dispensados de pagar IMI e ter direito a receber uma boa compensação pela degradação da sua saúde. Além do direito de ver aquele equipamento, altamente poluente, transferido para lugar adequado (que é sem dúvida, o extremo do vaidoso e vasto “parque da cidade”, junto ao “Castelo do Queijo”). Assim seria, se Portugal fosse um país evoluído. Mas não é. A poluição continua (e agrava-se) e as vítimas, além de terem de continuar a pagar o mencionado IMI (sem descontos nem indemnizações), pelo contrário são agora abrangidos (sendo caso disso), pelo novo imposto “Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis”.
3 – O novo “adicional” ao IMI, genial criação de Mortágua, Centeno e de Costa). Esta nova corveia passa por ter sido ideia da deputada Mariana Mortágua (BE) e já estava sorrateiramente prevista no Orçamento para este ano de 2017. Porém, ninguém suporia que o manhoso “Adicional” tem quase o peso de um novo imposto. No meu caso pessoal, fui avisado em Julho de que vou ter de pagar, até fim de Setembro, 1.282 euros a mais… Aliás, só da casa, feita há 45 anos, que me coube em partilhas, já pagava à Câmara, por mês, a módica quantia de ca. de 160 euros…
Com impostos nestes patamares, digamos, “himalaianos”, qualquer Costa (mesmo dos de cá, dos que não têm ascendência bramânica) chega a Bruxelas e mete vista. Nem precisa de levar atrás o sempre sorridente dr. Centeno (no futuro, alguém lhe chamará “o cobrador do sorriso”), esse simpático personagem que, apesar de ser alentejano, fala com sotaque de Lamego. E que, talvez porque no futuro pensa exilar-se , nunca aportuguesou o apelido espanhol para o correspondente “Centeio”.
4 – Entre “patrícios”). Raça é raça… Tenho uma sobrinha, já médica, que lembra fisicamente as irmãs Mortágua. O pai destas deputadas esquerdistas é, nada menos, o famoso “operacional” anti-salazarista Camilo Mortágua (que foi membro da LUAR e tomou parte no desvio do paquete St.ª Maria, com Henrique Galvão; e também no rendoso assalto ao banco da Figueira da Foz). Mortágua teve estas filhas, duma alentejana; porém é nascido, soube-se agora, na freguesia de Ul (lá em Oliv.ª de Azeméis), mesmo ao lado das de Santiago de Riba de Ul e da de Cucujães, donde o meu pai era natural. Há 2 anos, eu fiquei escandalizado quando o apesar de tudo notável banqueiro Ricardo E. S. Salgado, era confrontado na Com. de Inquérito da A.R. por alguém com o “background” familiar (e a verdura) da bloquista Mariana…
5 – “Les bourgeois, c'est comme…”). A classe média (os “burgueses”, como lhe chamam os marxistas) é uma classe instalada, comodista, que só reage em última instância. Lénine dizia que “se os burgueses soubessem quanto custou roubar-lhes o poder…”. Hitler também, dificilmente lá chegava se não fosse a fome e a inflacção dos anos 20. No meu bairro as pessoas mal se conhecem e dificilmente se vão revoltar contra a mal situada ETAR de Sobreiras; nem contra o “imposto Costa-Mortágua”.
Eu porém, quase me zangava, nos anos 80, com uma prima, hoje directora hospitalar em Lisboa, por ela adorar J. Brel e ele ter criado aquela canção que dizia “les bourgeois, c'est comme les cochons, plus ça devient vieux, plus ça devient bête”. Foi na casa da Bencanta (Coimbra), onde em Dez. de 80 eu assisti em directo, na TV (com a sua bela irmã, Inês) ao atentado de Camarate. Já agora, era essa casa que (segundo Franco Nogueira) Salazar visitava nos anos 20, porque simpatizava com uma irmã da avó dessas primas…
Autor: Eduardo Tomás Alves