Não estamos habituados a reconhecer a importância crucial dos bombeiros, treinados e dedicados a uma multifunção social consistente no apoio à vítima, no combate aos incêndios, na preservação do ambiente, sendo, entre muitas outras tarefas, autênticos salva-vidas em diversos segmentos funcionais das suas responsabilidades interventivas, como a defesa do património quando solicitados, o transporte de doentes de emergência, em situações de resgate de corpos por afogamento, de bens submersos, tragédias de vária ordem, pareceres técnicos na construção de edifícios, inspeção e vigilância de eventos de natureza cultural e desportiva com elevado número de espectadores, socorro a acidentes de viação, de trabalho e naufrágios, abastecimento de água, desastres naturais, desmoronamento, incidentes elétricos ou hidráulicos, risco iminente de quedas de árvores ou derrocadas de casas, etc.
Numa resenha histórica, foi o Imperador Hamurabi, no século XVII a.C., que instituiu o que hoje designamos por “Corpo de Bombeiros”, prevalecendo através do “Código Hamurabi” a prevenção a catástrofes que incluía também o combate a incêndios, oferecendo com o seu contributo cívico a sua solidariedade ao próximo.
Portugal tem um grande impacto assistencial provindo do voluntariado de pessoas sempre disponíveis, de corpo e alma, para situações de catástrofe, expondo a situações de alto risco as suas próprias vidas.
Infelizmente, sobrevivem de uma intolerável “mendicidade” institucional, valendo-lhes o espírito associativista por via da contribuição de quotas, na maioria das vezes, insuficientes para cobrir a sustentabilidade financeira das despesas de gestão de uma organização com perfil de solidariedade humanitária, auxiliando com todos os ajustamentos de poupança, sacrifícios financeiros e a eficácia possível a comunidade onde estão inseridos.
A logística é caríssima quer em aquisição de equipamento, quer na sua manutenção. Por vezes, é difícil perceber o pilar elementar dos meios imprescindíveis de apoio à organização de uma corporação de Bombeiros Voluntários, de acordo com uma listagem pública: “Veículos de combate a incêndios (ligeiros VLCI), (urbanos VUCI), (rurais VRCI), (florestais VFCI), (especiais VECI); veículos tanque táticos (urbanos VTTU), (rurais VTTR), (florestais VTTF); veículos tanque de grande capacidade (VTGC); veículos com equipamento técnico de apoio (VETA); veículos de apoio alimentar (VAPA); veículos de apoio a mergulhadores (VAME); veículos com escada giratória (VE-X sendo x número de metros da escada); veículos com plataforma giratória (VP-X); veículos de socorro e assistência (táticos e especiais VSAT; VSAE); veículos de proteção multirriscos (táticos e especiais VPMT; VPME;);
veículos de comando tático (VCOT); veículos de comando e comunicações (VCOC); veículos de gestão estratégica e operações (VGEO); veículos de transporte de pessoal (tático e geral VTPT;VTPG); veículo para operações específicas (VOPE), veículos de socorro e assistência a doentes, ambulâncias de transporte de doentes (ABTD); ambulâncias de transporte múltiplo (ABTM); ambulâncias de socorro (ABSC); ambulâncias de cuidados intensivos (ABCI); veículos de socorro e assistência médica (VSAM), veículos de intervenção aquática, botes de reconhecimento e transporte (pneumáticos e semirrígidos); botes de socorro e resgate (pneumáticos e semirrígidos); lanchas de transporte geral; motos de reconhecimento e salvamento aquático. Meios aéreos, helicópteros de avaliação e coordenação; helicópteros bombardeiros (ligeiros, médios e pesados); aviões de reconhecimento e coordenação e aerotanques (ligeiros, médios e pesados)”.
Uma palavra de profundo agradecimento e de admiração aos Bombeiros de Portugal, com destaque para os Bombeiros da cidade, do concelho e do distrito de Braga, pela coragem e trabalho árduo, altruísta e vencedor, assumido nestes últimos dias no combate à ferocidade assassina dos incêndios deflagrados numa região onde o verde foi devastado, danificando severamente o cenário da grandeza florestal, símbolo da nossa riqueza ambiental. Bem hajam e tenham um merecido descanso!
Autor: Albino gonçalves
Obrigado aos Bombeiros de Portugal…

DM
23 outubro 2017