Isto é apenas um princípio, mas que se aplica a muitos casos. Porque às vezes pergunto-me se é o atleta que tem medo, ou o treinador que tem atitudes que metem medo. Mesmo sem se dar conta, no meio da emoção, do querer ganhar, e a seu ver, até para bem dos atletas que treina, o treinador diz, por vezes, certas frases e faz certos gestos, que não agradam a quem as ouve.
Os atletas, principalmente de formação, sentem que os seus futuros desportivos estão nas mãos dos seus treinadores. Sentem que são bons ou deixam de ser, de acordo com o que o treinador lhes diz. Medem o seu talento de acordo com o tempo de utilização dentro de campo.
Se o objetivo do treinador é motivar o seu atleta a ser melhor, há frases que acabam por ser contraditórias com essa ideia. E podemos citar algumas frases que se ouvem, e que a maioria de atletas já ouviu da boca do seu técnico, tais como: ‘Estás-te a passar? Achas que estás a jogar sozinho? Passa essa bola! Parece que não sabem jogar! Voltas a fazer isso vens para o banco! Tu hoje não estás aqui! Não sei porque te ponho a jogar!
Enfim, podia-se ficar aqui o relembrar muitas outras. Umas parecem mais fortes que outras, e há quem ache que todas são perfeitamente aceitáveis. Bom... Para propósitos de motivação, confiança e relação entre treinador e atleta ou equipa, não são. E porquê? Porque não trazem nada de positivo. Só reafirmam o erro que o atleta já sabe que cometeu, além de se sentirem mal com o erro, sentem-se mal com o que ouvem do seu treinador.
Encontrar frases que tragam solução, parece-me mais correto. Explicar o porquê do erro, e como fazer melhor da próxima vez! Incentivar num dia em que o atleta jogue mal também funciona.
Não significa, na mesma, que o atleta não venha para o banco, ou não seja chamado à atenção. Enfim, a forma como se dizem as coisas podem transformar muita coisa.
Alguns atletas vêm os treinadores como pais e mães. São como filhos que esperam agradar os seus pais.
Então uma palavra para os treinadores e se não sabem como os atletas os veem, pode-se afirmar que os veem como um guia, como um conselheiro e se tem possibilidades futuras.
Uma palavra de ânimo e incentivo no final do treino ou jogo é bem melhor para o atleta.
Para quem diz que a culpa de muita coisa é do treinador, não penso assim! Apenas acho que ele tem um grande poder de fazer a diferença. E pode começar já.
Autor: Luís Covas