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O socorrista que há em nós

O verão, embora um pouco tardio do ponto de vista térmico, chegou e com ele alguns potenciais riscos para a saúde, perante os quais devemos saber atuar. É a altura por excelência das queimaduras solares, dos traumatismos, dos irritantes insetos ou das dolorosas picadas do peixe-aranha. Estar preparado para estas eventualidades pode evitar alguns desconfortos. A exposição solar é benéfica, se gradual e respeitadora dos períodos nefastos de calor intenso. Proteja-se com camisolas, não esquecendo os óculos de sol e o chapéu. O período das 11 às 17 horas é absolutamente proibitivo e um creme solar com fator de proteção superior a 30 é um aliado que devemos adotar, colocando-o 30 minutos antes da exposição e reaplicando-o a cada 2 horas. Evitar as picadas de insetos pode não ser uma tarefa fácil, mas para os que mais sofrem com as suas consequências, reagindo exacerbadamente com prurido acentuado e tumefações desconformes, os repelentes podem precaver as investidas destes abelhudos mais afoitos. Para não perder a batalha contra o peixe-aranha, pode sempre recorrer às sandálias plásticas. A toxina não é letal, mas provoca uma dor intensa. Ainda na senda da prevenção e atendendo a que o tempo convida a atividades mais radicais, as feridas, entorses ou fraturas podem surgir. Proteger as zonas do corpo que estão mais suscetíveis ao embate, logo mais propícias às lesões, tem tido um impacto favorável na diminuição da morbilidade e mortalidade. Na inevitabilidade da prevenção falhar, sendo o risco uma contingência que acompanha a ação do homem, a educação para a saúde, nomeadamente na área do primeiro socorro, permite dotar o cidadão de conhecimentos que o ajudem a adotar comportamentos e a tomar atitudes que se configuram em gestos que podem aliviar o sofrimento e evitar danos acrescidos. Voltemos às queimaduras solares. Encontrará alívio na colocação de toalhas molhadas em água fria ou num prolongado banho de chuveiro. A hidratação, através da ingestão abundante de líquidos e da repetida aplicação de cremes hidratantes é absolutamente necessária; gestos simples que minimizam o sofrimento associado aos chamados escaldões. Se houver formação de bolhas na pele, seja prudente e deixe-as intactas; a sua rutura abre uma porta a possíveis infeções. Respeite a necessidade de repouso da pele e não volte a expor-se até à sua completa recuperação. Quanto às picadas de insetos, a aplicação de gelo no local, de forma indireta e intermitente, funcionará como um bálsamo no alívio dos sintomas. Mas se foi vítima do peixe-aranha, será mais útil emergir o pé em água quente ou andar sobre a areia cálida, uma vez que o calor inativa a toxina. Na presença de uma hemorragia oriunda de uma ferida simples, seja célere e faça compressão direta sobre o local, podendo, para isso, recorrer a um pano limpo. Comprima cerca de 10 minutos; se houver sangue no pano não o remova, sobreponha outro. Retirar o primeiro tampão significa atrasar a coagulação. Nas hemorragias nasais mantenha a cabeça numa posição neutra e aperte as narinas de forma ininterrupta. Não tente nunca endireitar um membro que sofreu, depois de um traumatismo, alterações da sua forma. Imobilize o local, o que diminuirá a dor e evitará que se lesem estruturas adjacentes. Aprenda a efetuar uma correta chamada para o 112. Diga exatamente o que vê, o que a vítima refere estar a sentir e não se esqueça de ser preciso quanto à localização; se não souber o nome da rua dê pontos de referência. Por si e pelo outro torne-se um cidadão pró-ativo.
Autor: Cristina Almeida
DM

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27 julho 2018