twitter

O ser de Deus é apreendido na existência real, através de algo que a supera

Deus, o Ser eterno, manifesta-se no nosso ser existencial, através de algo que o supera. Qual é, então, o fundamento do superante? A afirmação é-nos entregue, simplesmente, pelo nosso ôntico e natural ser, através da sua verdadeira transcendentalidade. Com transcendentalidade, o ôntico ser humano exige, categoricamente, da pessoa, sua embaixatriz no campo dos relacionamentos, a consciencialização transcendental e a profunda e radical vivência da abertura do ser temporal, contingente, instável e movediço para o ser superior, perfeito, estável, eterno e absoluto, que é Deus, o Ser, em verdade e realmente Transcendente. Existe abertura, quando o ser se alegra e rejubila com a pessoa que a compreende como fonte da insaciável ânsia do gosto do prazer antropológico, potencialidade inerente ao ser humano na sua indestrutível unicidade e deseja ser abraçado pelo amor, pela paz e pela justiça do Divino e Omnipotente Ser. Dentro de uma realidade transcendental, os humanos que se fecham ou se desviam, levianamente, desta antropológica ânsia do prazer junto de Deus, estão a ser, por sua conta e risco, triturados pelo encurvado arco dos dentes ferozes dos conflitos, serpentes carnívoras de patologias mentais e afetivas. Os psicoterapeutas convergem nesta posição.
Deus é-nos testemunhado pelos claros e distintos imperativos de “Ama a Deus sobre todas coisas”, que brotam da voz troante e profunda do nosso ôntico ser.
Contudo, estes imperativos não nos integram só na concreta realidade de Cristo (o Verbo), mas também, semeiam e cultivam, em nós, através das ônticas relações transcendentais, que Deus é amor, vida, paz, felicidade, justiça, compreensão, aceitação, colaboração… O ôntico ser humano, através das suas inerentes potencialidades de autonomia, liberdade e responsabilidade, exige, imperativamente, da pessoa, que decrete a si mesma o estabelecimento e engrandecimento de relacionamentos congruentes com Deus, consigo mesma (em todas as suas vertentes e latitudes), com o outro (o social) e com todo o circundante meio ambiente (o cosmos, a nossa universal casa). Em jeito de globalidade, estão lançados os dados para o cultivo, vivência e expansão de uma democracia humanisticamente ditatorial (sem desvios específicos do universal e categórico bem). É desta pirisca de fé, que o ôntico ser humano faz cavalgar, livre e impetuosamente, o incêndio avassalador da crença em Deus e para Deus, em Cristo e para Cristo. Então é um bem para toda a humanidade, assim liberta dos seus condicionalismos e circunstâncias, provocadores de desequilíbrios afetivos e emocionais, angústias e conflitos.  
Autor: Benjamim Araújo
DM

DM

10 janeiro 2018