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O pulsar sanjoanino

Se Mesquita amou Braga

E Rio a ama depois

Só tu, S. João querido,

A podes amar pelos dois 

 

 S. João tu és tão fixe

Tua amizade é das boas, 

Anda alguém a imitar-te

Ser amigo das pessoas

 

Granito a mais há em Braga,

Assim falou S. João,

E um calor infernal 

Logo que chega o verão

 

Como as fontes da cidade 

S. João soou em bica,

Mas se elas não pingarem

O povo não repenica

 

Vamos cantar e bailar, 

Que o Autarca não contesta,

No rol das festas todas

A do S. João é mestra

 

S. João quer que a cidade

Seja amiga dos peões, 

Restaurem as passadeiras,

Pintem zebras ou leões

 

S. João é uma festa 

Que requer engenho e arte

De quem anda a prometer

A luz “led” em toda a parte 

 

S. João desculpa lá

E não me leves a mal,

Porque fecham tantas lojas

No setor tradicional?

 

Se não sabes eu te digo:

É política atual,

Tu animas a cidade

E eles seu funeral

 

És S. João da Ponte,

De todos o mais maroto,

Porque andas a deixar 

Que te matem o picoto?

 

Lá no cimo vais ter cães

E um parque radical,

Para que cuides do físico

E treines o animal

 

Ser capital do desporto

Muito animou S. João

E a Sameiro Araújo

Garante a consagração

 

S. João tuas moçoilas

Te viram muito romântico

A namorares a Galiza

No Eixo do Atlântico

 

Bem cantado à Europa,

Este “eixo” que é de pobres 

S. João é um choradinho

Para Braga ter uns cobres

 

No geminar das cidades

S. João, de mano a mano,

Sempre darão aos autarcas

Mais uns passeios por ano

 

Se César Augusto falasse,

Do alto do pedestal,

Ao S. João lhe diria: 

– Olha lá, fiz-te algum mal?

 

S. João foste o culpado,

César diria ao Batista,

Deixaste que me vestissem

Com esta farda d’artista

 

S. João desceu ao rio,

No meio de tanta gente,

Foi ver para que servem

Os “sensores” do ambiente

 

Tanta massa se gastou

Em “sensores” prodigiosos,

Mais barato ficaria 

Apanhar os criminosos

 

S. João quis ser polícia

Para usar um cassetete

E dar pancada naqueles

Que sujam o Rio Este

 

É dia de romaria,

De S. João a noitada,

Mas também é de tristeza

Por tanta árvore cortada

 

A árvore que foi plantada 

Desafia toda a lógica,

Não é verde S. João,

É branca e tecnológica

 

Se é bom viver em Braga,

Como lá diz S. João,

Criem mais espaços verdes

E terá toda a razão

 

Se meu Santo milagreiro

Quiseres viver o momento

Anda, desce do nicho!

Participa no orçamento

 

Para colheres algum fruto

Dessa árvore fruteira,

Conta com o empenho

Do Dr. Jorge Madureira

 

Este Edil prometera, 

À frente de S. João,

A fogueira da mudança

Como grande condição

 

S. João também tens culpa

Desse mortiço fogacho,

Agora vais aturá-lo

Até lhe acabar o tacho

 

S. João por natureza,

És um Santo divertido,

Amigo de toda a gente

E sem cartão de partido

 

São singelas, mas sinceras,

Estas rimas que vos deixo,

De poeta nada tenho

E nem me chamo Aleixo.


Autor: Narciso Mendes
DM

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19 junho 2017