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O primado do tronco transcendental da ôntica natureza humana

Há, dentro do prometedor campo cultural, vários, diversos e exclusivos níveis de insistência, que me põem ao rubro e me fazem espumar de raiva incontida. É o tronco, tido por líder, onde, enganosamente, todos os ramos vão encaixar.

Esses ramos são, entre outros, os ramos da culpada ignorância, os da culpa fagueiramente interessada e comprometida na morte das possíveis insistências no primado do tronco transcendental da ôntica natureza humana, a líder de todos os níveis do comportamento humano.

Esta ôntica natureza tem a primazia de ser o verdadeiro tronco, onde despontam, crescem, emanam e para onde regressam a democracia, com todas as suas leis, seguidas dos seus mentores, governantes, Constituições Políticas e todos os cidadãos, sem exceção.

Cá para mim, os níveis de insistência que disparam, inclusivamente, a minha ferocidade, são os alusivos a tudo o que goza, indevidamente, da autonomia, liberdade e responsabilidade, tais como as estruturas bio psíquicas do existencial ser humano. São as alusivas à superficialidade intelectual e compreensiva.

São as alusivas aos desvios, isolamentos, separações e roturas. São as alusivas ao predomínio do espiritual sobre o material e vice-versa. São as alusivas ao predomínio, exclusivo, do Divino.

O extrato que se segue foi tirado do artigo “Os Xenófilos”( (Diário do Minho, 14/8/17) da autoria do Prof. M. Moura Pacheco: “Que todos os cidadãos são iguais perante a lei é um princípio geral do direito democrático. Em democracia ninguém está acima da lei- é uma afirmação que os nossos políticos gostam de repetir até à exaustão- seja qual for a classe social, cultural, profissional ou económica do cidadão. A começar nos governantes, nos autores da lei: nem esses estão acima da lei. Bem pelo contrário, têm o dever cívico de dar o exemplo de bem cumprir as leis que produzem”.

Após a leitura do extrato acima transcrito, considerando aspetos da vida existencial, com o qual concordo perfeitamente, dou comigo a pensar que, para além do focado pelo autor, há algo que tudo isso supera- é a nossa ôntica natureza.

Como o semeador que atira o grão de milho para a terra e depois regressa a casa a fim de mitigar o seu esforço, assim eu, para acalmar as minhas tempestades de ferocidade, vou-me retirar para o seio acolhedor, compassivo, aberto e recetivo da minha ôntica natureza e ouvi-la.

Diz-me ela, então, com ternura e boa disposição: “Eu sou a tua esperança, o teu encanto. Em mim, com toda a minha autonomia, liberdade e responsabilidade, podes pôr toda a tua impreterível crença. Guardo, para te oferecer, o verdadeiro sentido da tua instável e contingente existência, a tua eterna salvação em Deus”.

O ser do espírito ôntico exclama: “Eu sou a tua autêntica primordial e verdadeira crença que, como a viva e cantarolante braseira, incendeio de luz e calor, de amor, vida e felicidade, justiça e sabedoria, toda a tua conduta, no sentido da global fonte humanística. Nela vai renascer e revigorar a verdadeira vida com o seu eterno, pacífico e ansioso repouso em Deus”.


Autor: Benjamim Araújo
DM

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16 maio 2018