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O nacionalismo, nas pegas e nas selecções nacionais

  1. Um espectáculo inesperado, mesmo para um ornitólogo experimentado). Já sabia, na minha qualidade de ornitólogo amador desde os 18 anos, que os corvídeos, juntamente com alguns papagaios e araras (“psitacídios”) são das aves mais inteligentes e cooperativas (e das mais gregárias). Incluindo, é obvio, as vulgares pegas (“pica pica”, na designação científica). Neste ano de 2018, em certas áreas urbanas em que existe ainda alguma floresta residual antiga (ou jardins e hortas, como é na zona onde eu resido na cidade do Porto), parece ter havido agora algum acréscimo de aves, quer no que respeita a n.º de espécies, quer no efectivo individual. Penso que tal se deve à destruição, pelo fogo, de imensas áreas naturais (o n.º recorde foi de mais de 540 mil hectares de floresta ardida, só no ano de 2017). Uma das aves que agora por cá aparece, onde raramente antes se via, é a tal pega comum, ou rabuda, um corvídeo que, com a cauda, mede ca. de 45 a 50 cm de comprido. Costumam fazer ninho no alto da copa de árvores; e assim, em local que não consegui ainda identificar, perto do sítio onde moro, um casal de pegas fez ninho. O que “falta”, na minha rua, porém, são cães e gatos. Os cães, embora potenciais causadores de outros problemas, não atacam as aves nem os seus ninhos. O mesmo já não se pode dizer, como se sabe, dos gatos, cujo instinto os atrai para atacar os pássaros e os seus ninhos. Assim, um determinado gato (sem dono) da minha rua, castanho escuro e algo listrado no pelo, tem respondido ao apelo do seu instinto e aproxima-se com frequência (e com “intenções duvidosas”) do tal local não identificado, onde as pegas fizeram o seu precioso ninho. Como era de prever, as 2 pegas começam então a soltar o seu conhecido alarme (“tchak-tchak-tchak-tchak-tchak”), cada vez mais alto e revezando-se na provocação física ao citado gato. Em campo aberto ou desde poleiros improvisados. Um dia, dois, três dias seguidos. Num deles estiveram a “grasnar”, digamos, sem parar desde as 7 da manhã até às 2h da tarde! E recomeçaram depois, sempre que o manhoso felídio reaparecia. Até ao momento, parece que a ameaça foi vencida, pois o zelo, o ruído e as arriscadas provocações dos corvídeos parecem ser suficientes para fazer o outrossim simpático gato ir “pregar para outras paragens”. Até ao momento, previno.

  2. Este comportamento territorial das pegas, fez-me meditar). Que energia (5 horas seguidas a confrontar 1 ou mais gatos). Que valentia e perícia (um só gato pode matar uma só pega). Que consciência dos limites territoriais (o gatinho farrusco era sonoramente perseguido até distância mais que segura, dando-lhe a entender que o queriam “ver a milhas”). Que persistência (a cena repetiu-se pelo menos 3 dias distintos). Que amor à raça, aos genes, à sua espécie, que consciência de que tal comportamento territorial e auto-defensivo era essencial à sobrevivência e à manutenção da espécie. Que bom exemplo para as actuais sociedades políticas humanas, as quais, hoje em dia atacadas por um cancro chamado “Globalização”, se tornam uns fracos, saloios e impensados seguidores de modas auto-destrutivas, inventadas por “outros gatos” (melhor dito, ratos) que só as pretendem destruir e dominar.

  3. O comportamento territorial humano está em decadência).Coisa nunca antes vista, a chamada Globalização tende a anular todas as fronteiras. Para já, só as comerciais. Mais tarde, se deixarem, as próprias fronteiras estatais. Nessa altura, os povos da China e do Industão (cada qual conta já hoje com mil e quinhentos milhões de seres humanos) literalmente tenderão a povoar e a colonizar as zonas do mundo que mais lhes interessem, tornando-se imediatamente maioritários (é claro que antes disso inventarão as suas próprias “Tordesilhas”…). Com as consequências que essas futuras maiorias implicarão num Mundo democraticamente gerido. Como se vê, este cenário não corresponde a qualquer fantasia, mas à mais ponderada das realidades. Nessa altura do futuro, não muito distante, gostava de ver o “lugar reservado” que pensam que garantem a si próprios os Judeus; os quais, no fundo, são os pais desta “brilhante ideia” da Globalização. Que é uma evolução da ideia (já denunciada por Marx), da Concentração Capitalista. No séc. XIX a união era apenas dos dinheiros dos ricos; no séc. XXI é de toda a Humanidade. Mas sob a óbvia tutela, “democrática” (leia-se, “colonial”), dos 2 povos mais numerosos, China e Índia.

  4. Sintomas desta aceleração para o abismo).Dois dos mais visíveis são, p. ex., a abertura de fronteiras da “Comunidade Europeia”, desde a invasão de refugiados (políticos, mas sobretudo económicos) das guerras que os EUA, Israel e outras entidades influenciadas pelas “maçonarias”, inventaram no Médio Oriente; e das revoluções no norte de África. O que felizmente gerou, nos diversos países europeus, fortes reações de auto-defesa, ainda muito incipientes, contudo. Mas materializadas no crescimento (ainda pequeno, mas já bem notório) do ideário “nacionalista moderado”. É que, muitos outros europeus ainda não perceberam a influência do criminoso “tráfico humano organizado”, como causa do problema.

  5. É ver as selecções nacionais neste Mundial de 2018).O “sistema” vale-se de fenómenos de massa, como o futebol, para promover o fim dos povos e das fronteiras. É ver a composição étnica dos elementos de inúmeras selecções “europeias”, para avaliar até que ponto é que uma selecção nacional é hoje pouco diferente do que é um simples clube (esse sim, naturalmente multi-étnico). As pegas estão no emblema de pelo menos um clube, o Newcastle Utd. Vivam as pegas, nossas professoras! E respeitem-se as nações, todas elas…


Autor: Eduardo Tomás Alves
DM

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26 junho 2018