Já terão ouvido alguém dizer que quando as crianças estão muito paradas e silenciosas, “é sinal que estão doentes”, mas o contrário também se verifica, e por vezes, parece mesmo que as crianças “têm bichos-carpinteiros”!
Os problemas de comportamento podem surgir em qualquer idade e frequentemente começam cedo. Conheça algumas das causas que podem aumentar a probabilidade de problemas de comportamento mais graves:
- Crianças com temperamento difícil, irrequietas, e impulsivas; com dificuldades de aprendizagem; deprimidas e com o sentimento de não serem amadas; e vítimas de maus-tratos;
- Práticas parentais e educativas inadequadas; não estabelecer claramente regras e limites e ser demasiado flexível quanto ao seu (in)cumprimento; pais deprimidos, com outras doenças ou sobrecarregados e exaustos, sem apoio da família; ambiente familiar conflituoso, violento ou situações de rutura familiar;
- Grupos de amigos problemáticos; número excessivo de alunos por professor; fraco incentivo às competências da criança e do adolescente em contexto educativo;
- Pobreza, desemprego, sobrepopulação do domicílio, viver num bairro inseguro.
Sendo a prevenção a intervenção mais eficaz, fique com algumas estratégias para diminuir estas situações:
- Sejam pais e não companheiros dos filhos;
- Mais do que darem conselhos, deem o exemplo;
- Manifestem de forma clara e simples o vosso desagrado perante as situações em que a criança ultrapassa os limites previamente estabelecidos;
- Definam as consequências da quebra das regras combinadas e cumpra-as.
- Organizem tempo com disponibilidade, afeto e diálogo para com os filhos;
- Estimulem o vosso filho a pensar e falar do que sente, em alternativa a descarregar a sua irritação e o seu mal-estar através do comportamento;
- Controlem e supervisionem a criança: onde está, com quem e a fazer o quê;
- Mantenham contacto regular com a escola ou jardim-de-infância, trabalhando em conjunto com os professores e educadores para melhorar o desenvolvimento e a integração da criança;
- Consultem o médico de família ou um psicólogo para uma avaliação global da situação e respetiva orientação.
Por último, algumas notas importantes:
- A irrequietude é normalmente resolvida com o crescimento normal da criança;
- Passem mais tempo com os filhos e mostrem-lhes o vosso afeto;
- Lembrem-se que a criança precisa de tempo e espaço para fazer barulho, correr, saltar e “gastar” a energia que tem;
- Não se foquem apenas nos comportamentos negativos e aproveitem todas as oportunidades para elogiar e valorizar a criança.
Autor: Tiago Borges