A limpeza, a higiene urbana e o estado dos nossos espaços verdes são áreas de eleição de intervenção municipal para a qualidade de vida dos bracarenses.
Esperemos que quando o revolucionário sistema de recolha de lixo estiver estável e adaptado – em muitas cidades europeias demorou quase dois anos – haja multas a doer para quem colocar lixo fora dos contentores, seja qual for o pretexto.
É absolutamente necessária, em toda a Braga, uma boa campanha para apelar às pessoas um comportamento ambiental adequado e que muito ajudaria na limpeza do concelho. Eu já assisti – horrorizado – a alguns jovens nos bares da Sé a deitarem beatas para o chão apesar de estarem sentados em mesas com cinzeiros! O movimento de recolha de beatas, embora contribua para evitar certos comportamentos e limpe muitos locais, seria muito auxiliado com uma campanha deste tipo.
No entanto, o município tem de dar também o exemplo, sendo inconcebível que o matagal e ervas daninhas proliferem nalgumas entradas da cidade, o que envergonha qualquer bracarense. O mesmo se passa em zonas do concelho mais ou menos povoadas.
Já é tempo de Ricardo Rio assumir, neste caso, a responsabilidade que tem como Presidente da Câmara e chamar à pedra a AGERE e o pelouro municipal do Ambiente que dividem competências neste domínio, numa lógica que ninguém entende.
O que interessa um cidadão apreciar a sua Braga de agora se, cada vez que sai de casa, depara com ervas daninhas, matagal e ruas por limpar? Isto não é entendível, nem aceitável, principalmente quando no Porto, Guimarães, Viseu ou Guimarães nada disto acontece ou não acontece com o nível que acontece em Braga.
A Braga do tempo do mesquitismo, devido à falta de planeamento e construção desenfreada, criou zonas sobrantes e desordenadas entre vias, rotundas e cruzamentos, com espaços diminutos onde se colocou erva e com um custo grande de manutenção e limpeza, mas é com a cidade assim que temos de lidar.
Não vem ao caso se os terrenos são do município, da empresa pública Infraestruturas de Portugal, ou até de particulares. Em todos os casos, pelo menos, tem de ser dada ao cidadão informação sobre os esforços da Câmara para corrigir estas situações, como é apanágio na sociedade de informação de hoje.
E para quando um plano de arborização da cidade? Não me refiro a lugares como o Picoto e outros do género – apesar da sua importância – mas à plantação de árvores nas centenas de ruas e passeios sem sombra e verde algum, devido à política de betão, cimento e asfalto de quase 4 décadas! Há tipo de árvores que são perfeitamente adaptáveis ao espaço urbano sem originar os problemas que as árvores de grande porte originam.
Além do mais, a falta de comunicação adequada da Câmara fez proliferar a falsa ideia que em Braga se cortaram árvores, sem que esteja em perigo a segurança das pessoas ou por outros motivos fortemente atendíveis.
Esta questão é o grande “Calcanhar de Aquiles” da boa gestão de Ricardo Rio, desde o início do seu mandato.
O período do mesquitismo ficou marcado também pelo período de deficiente urbanismo de Braga.
Ricardo Rio quererá que a sua gestão fique marcada por não ter ido até onde devia na questão ambiental?
Autor: Joaquim Barbosa