Aproxima-se o Dia D, dia da mudança de paradigma de governação. Depois destes últimos seis anos de experiencialismo de uma solução governativa “ad hoc”, montada num estratagema para salvar a pele política de um velho político que se arrasta nos palcos da política desde o tempo das Jotas, e só isso, o país encontra-se de novo numa encruzilhada bem complexa e emaranhada e cujo destino se apresenta deveras tortuoso e comprometido.
1 - Depois de um grande esforço, é preciso dizê-lo até à exaustão, desenvolvido durante quatro anos para sairmos do atoleiro económico e financeiro em que o PS, irresponsavelmente, nos meteu, bastou aparecer o problema pandémico para voltar tudo à estaca zero. A única diferença visível em relação ao período negro de 2011-2015 reside, agora, na complacência da União Europeia e do BCE que tem facilitado a vida aos desleixados da governação ao não exigir medidas gravosas para a vida dos portugueses. Voltamos, contudo, a cair na mesma esparrela de andar a brincar com as tretas distributivas e das falácias de crescimento acima da média europeia, sem termos tido o cuidado e a diligência de acautelarmos os dias de “vacas magras” que estão a caminho. É pesaroso constatar que não soubemos usar a óptima conjuntura económica que grassou durante uma boa época de crescimento e de confiança para consolidar as contas tradicionalmente deficitárias e criar as condições necessárias de aforro e de investimento para se construir um outro futuro bem mais tranquilo e com outros horizontes.
2 - É nos momentos de abundância que se vê a coragem, o discernimento e a capacidade para se avaliar os bons políticos e os bons gestores. Distribuir recursos que não existem e aplicar medidas populares são acções políticas fáceis e gostosas de se tomar. Os que recebem as benesses gostam, os que as dão ainda gostam mais, porque têm como retorno a compensação dos votos tão desejados para os recolocar no poder. Mas, nem tudo é engraçado e risonho neste cenário ilusório, dado que a jusante o país, é que vai sofrer e ressentir-se dessas facilidades e as gerações futuras terão que aguentar as repercussões do populismo conjuntural.
3 - O país já conheceu esta história das benesses e das políticas facilitistas por várias vezes. Não aprendemos nada com os erros clamorosos do passado recente. Não aprendemos nada com os sacrifícios que nos impuseram. Não aprendemos nada com as humilhações a que nos sujeitaram. Portugal pertencia vergonhosamente ao grupo dos PIGS - Portugal, Itália, Grécia e Espanha - aqueles países do sul, gastadores, improdutivos, irresponsáveis e falidos, que eram tidos como problemáticos para a coesão e para o bom funcionamento das instituições europeias.
4 - Para se evitar novo desastre financeiro e económico, é preciso conhecer outra forma de governar e dar provimento a outros políticos que tenham uma visão mais congruente com a realidade e com as necessidades das pessoas. Antes de se distribuir é imperioso, e exigível incrementar outra dinâmica para se criar riqueza e bem-estar. Um país que está no pântano e tem 43% de pessoas dependentes de subsídios, de isenções ou de outras ajudas não tem viabilidade, nem futuro. Partidos que se vangloriam das fracturas sociais que provocaram, como o aborto por exemplo, e vêem a baixa natalidade a atirar o país para o mundo dos velhos, não foi mesmo a causa mais nobre que se pusesse abraçar ou defender.
5 - Eu acredito na MUDANÇA. Eu acredito em Rui Rio. Acredito pelo seu perfil humano, pela sua qualidade política, pela sua dimensão técnica e pela boa experiência que desenvolveu no Porto como autarca de eleição. Acredito que o país tem que sair do pântano actual e mudar para mudar o andamento económico e para abrir uma outra janela de ar fresco que possa inundar de esperança este povo que se acomodou às desigualdades e a aceitar a pobreza como uma inevitabilidade histórica. Mudar o clima de estagnação em vigor. Mudar e com urgência.
Mais do mesmo, não! Mais propaganda, não! Mais fingimentos, não! A mudança está nas nossas mãos. Rui Rio tem atributos insofismáveis para a mudança. É preciso mudar e acreditar.
Autor: Armindo Oliveira