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O desespero

Osenhor Saraiva viu coisas. Coisas baixinhas. Viu uma equipa jogar tanto futebol que só conseguiu justificar o banho de bola por fatores por ele inexplicáveis, que faziam os nossos jogadores correr como ninguém e jogar muito mais que eles. Perplexo, incapaz de vislumbrar sequer de onde vinha tal energia, o senhor Saraiva viu coisas. Porquê? Não sei, porque as visões são inexplicáveis a não ser pelo próprio e o facto é que ele não foi muito claro em explicar os vultos ou fantasmas que lhe turvaram a visão e certamente lhe tiraram o sono. Talvez inspirado por gurus maiores, ou melhor, gurus que também veem baixinho, o senhor Saraiva não foi capaz de explicar nada de jeito. Então, delicada e pacientemente, a SAD do SC de Braga teve o prazer de convidar o senhor Saraiva a explicar esses vultos e fantasmas em instâncias próprias, onde todos os sonhos, pesadelos e traumas possam ser devidamente tratados. Para trás ficou uma das maiores vergonhas de sempre do futebol português. Depois de 45 minutos em que tudo corria bem, com um magnífico e disputado jogo de futebol, a segunda parte começa com um incidente idiota que serviu de premonição ao que viria a acontecer: a segunda parte começou com algum atraso porque o senhor Xistra deixara o apito no balneário. E mais valia que não o tivesse mandado buscar porque viria a ser muito maltratado, o pobre do apito. Para quem não sabe, o senhor Xistra é um senhor de Castelo Branco que tem como ocupação principal apitar jogos do SC de Braga contra os “grandes”, entre os quais aquele que é, segundo dizem na internet, o seu preferido, o Sporting de Lisboa. E foi nessa qualidade que ele entrou naquela segunda parte em que brilhou. Um golo escandalosamente anulado ao Braga por fora de jogo inexistente, um pisão de Bruno César (agressão) transformado em livre a favor do leão e cartão para o bracarense, um cartão vermelho perdoado a um jogador do Sporting (A. Pinto) e um golo no último minuto escandalosamente validado ao Sporting, após falta clara de Dumbia. No meio de tudo isto, um erro a favor do SC de Braga: uma grande penalidade cometida sobre Podence para compor o ramalhete da asneira. Do primeiro caso nem vale a pena falar: todos reconheceram, até o douto técnico do Sporting, que o golo foi mal invalidado; não havia qualquer fora de jogo. Os defensores da verdade que convém vieram dizer que o árbitro apitou antes da entrada da bola na baliza e portanto o jogo estava interrompido, pelo que o vídeo árbitro não poderia intervir. Mas, pergunto eu, que é que interessa isso? Deixa de ser asneira? É asneira duplamente grande porque ainda impediu o VAR de repor a verdade. A agressão premiada de B. César é um exemplo nítido de falta de ética de um pseudo-jogador treinado para destruir e enganar. Nada mais. A não exibição do vermelho ao jogador Pinto do SCP parece ser um caso menor, tal a gravidade dos outros; mas não é. Se o jogador tivesse sido expulso dificilmente, logo a seguir, teria havido o penálti para o Sporting. A marcação do penálti para o Sporting é pura e simplesmente ridícula. Foi o culminar do desespero. Não havia outra forma! É por isso que vão ter de contar connosco. Queiram ou não!
Autor: Manuel Cardoso
DM

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9 novembro 2017