O coronavírus e a reação das autoridades nacionais

No combate à doença, longo, difícil, imprevisível e com muitas baixas, a atitude do mundo foi infelizmente díspare. Quando a doença foi pública em Dezembro/Janeiro na China, ninguém a valorizou tendo até a agora preocupada e diligente Diretora Geral de Saúde declarado, nessa época, que dificilmente o vírus chegaria a Portugal. Já tive oportunidade de escrever que a resposta de Portugal ao combate a este novo e segundo coronavírus do grupo SARS - denominado SARS-CoV-2 e responsável pela doença Covid-19 – tem sido, até agora, bem coordenada em Portugal, com o bom senso de aprender com erros alheios, mesmo com falhas normais aqui e acolá como é o exemplo da eventual cerca sanitária ao Porto. A articulação entre o Presidente da República, o Governo, autarcas, organismos públicos, órgãos de comunicação social e o comportamento generalizado dos portugueses tem sido fundamental, tendo o nosso Primeiro Ministro encontrado o tom certo para comunicar ao país. De realçar também que várias medidas governativas com impacto económico, financeiro e social – sem entrar na discussão do mérito de algumas delas – entraram rapidamente em vigor, com os diplomas aprovados em Conselho de Ministros promulgados, quase ao mesmo tempo, pelo Presidente da República. Quanto ao PSD, partido de que sou militante e dirigente concelhio, entendo que deveria clarificar mais o seu discurso. Parece que o PSD deixará de fazer oposição. No entanto Rui Rio afirma, corretamente, que não passa cheques em branco ao governo e que o PSD, está a estudar com especialistas a proposição de medidas para melhorar e acrescentar as que já existem como a de tornar extensível aos empresários que vivam do seu salário o novo regime da lay off Esperamos assim que o discurso do PSD fique mais afinado e vá de encontro às necessidades do país. Trump, Boris e Bolsonaro, fizeram tudo ao contrário, não aprenderam com os erros anteriores dos outros países e não deram, logo no inicio, instruções e linhas de orientação seguras. A consequência foi o comportamento variado, impreparado e aflito quer das autoridades estaduais, municipais quer da população e o aumento do número de infetados. Em Braga. Ricardo Rio tem tomado, sem hesitar, uma série de medidas dentro das suas competências legais, por vezes adiantando-se às medidas governativas, comunicando constantemente com os bracarenses e atuando também em articulação com todas as juntas de freguesias e entidades da sociedade civil. Aconteceu com o fecho dos estabelecimentos comerciais – com as corretas exceções – três dias antes de ser decretado pelo governo, sendo de louvar o fecho dos locais onde se registava um número grande de pessoas a fazer desporto como o Bom Jesus ou as ciclovias, a polícia municipal na rua aconselhando as pessoas a ir para casa, o fecho de vários serviços municipais, a feitura de testes fora dos estabelecimentos de saúde, a preparação preventiva de camas fora dos hospitais, o apoio dado à população mais idosa quer em lares que a mais solitária, etc.. Com o aumento de número de testes feitos em Braga em relação a outras parcelas do território, será normal que aumente também o número de casos positivos, sendo essa prevenção uma vantagem de combate ao vírus . A atual e inovadora política de Braga de relações e contatos internacionais permitiu a Braga receber da cidade Shenyang no nordeste da China dez mil máscaras médicas descartáveis, 500 kits médicos de proteção individual e troca de informação no combate à crise! Ainda me lembro do significado para Braga, ressalvada na ocasião pelo Presidente da República, pela presença do embaixador chinês na inauguração do Altice Forum Braga. Onde andam agora aqueles que criticavam a política internacional do município como sendo de apenas show off e sem consequências? Só ficaria bem a esses críticos reconhecerem, humildemente, que se tinham enganado. Continuemos, pois, num espírito de solidariedade constante, com resistência e atitudes adequados por mais custo que elas comportem. Vamos vencer.
Autor: Joaquim Barbosa