Particularmente do Partido Socialista que se viu num emaranhado de lutas internas, descurando o essencial: a reconquista do seu bastião autárquico de outrora. E, depois, porque o praticamente desconhecido e pouco consensual Miguel Corais, ao avançar, irá ser um projeto para fazer o caminho que Rio fez. Daí que o atual edil, por mais tropelias que faça, ou por menos obras que apresente, se encontre como peixe na água.
Não é que o povo não goste de “Malafaias” e outros arraiais que tais. Claro que gosta! E, então, sendo à “borliú” está sempre pronto, seja qual for o partido pagante, desde que dance, coma e beba à descrição. Mas, atenção àqueles que não embarcam nessa “onda” e que são a maioria: os que gostariam mais de ver a sua cidade arranjadinha e bem cuidada dos cabelos aos pés. Isto é, dos toutiços das suas árvores e dos telhados do seu edificado, passando pelas fatiotas das suas fachadas, até ao piso das artérias onde pousamos o calçado e os pneumáticos dos nossos “coches”, bem como o dos jardins onde passeamos. Enfim, o “luxinho” da sede de um concelho democratizado e desenvolvido.
É que a coisa poderá vir a ficar preta para os coligados “Juntos por Braga” se o pessoal se começa a lembrar da mudança esperada, mas não operada e de tudo aquilo que não acabaram, ou do que nem sequer começaram. Assim como do que Rio prometeu e não cumpriu, depois de tão escarrapachado na imprensa diária. Podendo ditar a queda da maioria absoluta na Assembleia Municipal, fator vital para as decisões que gostariam de ver aprovadas no próximo mandato.
Ora, estava eu a tecer as minha considerações neste texto, quando eis que surge um comunicado do PS na imprensa diária, em vésperas das comemorações do 25 de Abril, de repúdio ao atual Presidente da CMB por “andar a aliciar presidentes de Junta socialistas, nas freguesias, para darem apoio à sua coligação tripartida, a troco de um prato de lentilhas. E que ele, o edil, se está a tornar em campeão do adultério político”. Onde se lia, ainda, que “só o medo e o desespero o faz não olhar a meios para se manter no poder”. Tendo R. Rio logo se apressado a desmentir tais acusações.
Mensagem essa que não passa de uma “onda demagógica” que se espraia, precisamente, sobre aqueles a quem foram precisos cerca de quatro décadas para perceberem o quão pernicioso foi para a democracia, aliciarem-se autarcas com relvados sintéticos, piscinas e outros benefícios a troco do seu apoio. Os mesmos que parecem não estar, agora, reconhecidos ao “Mesquitismo”, talvez porque passaram a cultivar o “camaleonismo”. De resto, o PS só se poderá queixar de si próprio, por ter sido um exímio autor de “matreirices” políticas. Ou como acham que foi conseguido esse apoio ao longo de 37 anos? Saberão, certamente, do que estou a falar: dos rabos-de-palha e afins.
Por isso, quando muito, é “copianço”. E, se bem me lembro, o chamado “dinossauro” autárquico fazia o mesmo. Só que na referida folha em branco os líderes das juntas escreviam os nomes das suas mulheres, filhos, netos e genros que mais gostariam de ver contemplados com um emprego na Câmara Municipal. O que quererá dizer que este edil apenas se limitou a fotocopiar – com novas aliciantes – as práticas socialistas.
Por fim, como bracarense, o que me interessa é ter à frente dos destinos desta relevante Autarquia do país alguém honesto, empenhado, dedicado e firme; liberto da “canga” dos métodos e vícios entranhados, seja ele(a) da esquerda, centro ou direita. E enquanto isso não acontece – de entre os que agora se apresentam como os melhores candidatos para Braga – que venha o diabo e escolha.
Autor: Narciso Mendes