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O ateísmo está a crescer

Que o ateísmo está continuamente a crescer é um facto, que cada vez mais se evidencia, segundo o testemunho dos historiadores e está condicionado pela ignorância e a não vivência da fé. Segundo o excelente teólogo João António Pinheiro Teixeira, esta evidência começa a rebentar pelas costuras em muitos países, tais como na República Checa, na Suécia, no Vietname, Dinamarca, Noruega, Japão, Finlândia, França… O nosso teólogo, alarmado com tal crescimento, lá nos vai fornecendo, como é caraterístico de todo o cientista consciencioso, que as causas e condicionalismos do crescimento do ateísmo são, para si, “a exculturação da religião” e “a desvitalização da fé”. O que o distinto teólogo, a quem demonstro todo o meu reconhecimento pelo trabalho apresentado, entende pelos termos acima citados, está bem evidenciado no seu artigo de 10/7/18, no “Diário do Minho”. O teísmo, quando condicionado pela ignorância e pela ausência da afetiva vivência amorosa, redunda no crescimento e na engorda do ateísmo. Então, o ateísmo sai vigoroso, lutador e gordinho como uma flosa a rebentar de enxundias por todos os lados. Entra em contentamento na cultura e na vida da pessoa, quando esta passa a ignorar e a não viver objetivamente a universalidade dos imperativos transcendentais do ôntico ser humano. Há um conhecimento e um desconhecimento relativamente ao ateísmo. O ateísmo é perito e todo fanfarrão nos conhecimentos e na efetiva vivência das estruturas existenciais. Confessa toda a ignorância na efetiva vivência dos imperativos emanados do ôntico e natural ser da natureza humana. Está-se nas tintas para a ôntica transcendentalidade com a sua abertura e aceitação de Deus e para as transcendentais superações. Está-se nas tintas para a unicidade universal e para todo o campo de relações consigo mesmo, com o social, com o mundo e com Deus. Referindo-se aos intelectuais do seu tempo, diziam-nos, durante as suas sábias aulas, o grande académico Dr. Álvaro Dias, acolitado pelo não menos académico Dr. Paula: “Esta gente não sabe nada de Ontologia. Meteram o pé na argola, relativamente a esta ciência, os sábios académicos atenienses Sócrates, Platão e Aristóteles (…); Tomás de Aquino, Santo Agostinho, Kant, Descartes… Continuaram os académicos que se seguiram, até aos nossos dias”. Precisamos de uma educação libertadora e mais eficiente para o povo, políticos e todas as Igrejas para que “a fé passe a estar na cultura de alguns povos e na vida de muitas pessoas”, como afirma o teólogo João Pinheiro Teixeira. Entre nós, o Ministério da Educação precisa de ter à sua frente gente capaz de pensar seriamente nesta grave situação, que já alastra pelo mundo. Nota da Direção: Este artigo foi enviado para o Diário do Minho pelos familiares do Dr. Benjamim Araújo antes do seu falecimento. Publicamo-lo com autorização da família.
Autor: BENJAMIM ARAÚJO
DM

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26 setembro 2018