Foram deixados para trás 365 dias de momentos bons ou situações complicadas, certamente irrepetíveis.
Começamos um novo calendário na esperança de singrar qualitativamente a nossa vida, corrigir responsavelmente os nossos erros e mudar o conceito interpretativo das “coisas” que nos rodeiam. Mudar o trajecto devagar, em direcção certa com a velocidade à possibilidade de cada um.
Ver o mundo com outra perspectiva e um olhar diferente com a comunidade partilhada no nosso quotidiano, premiar a convivência social e fraternizar a família como elo de aliança forte e saudável. Mudar de estilo de vida sem cair no fosso do hábito. Corrigir a postura comportamental em todos os segmentos presenciais, tornando a nossa imagem incontestavelmente mais assertiva. Fazer novos amigos, conservando os actuais.
É crucial fazer um planeamento metódico nas actividades diárias para satisfazer as sinergias plausíveis interiorizada como um “abc” de cidadania útil e contributiva, quer de índole profissional, associativa ou pessoal.
Ver o mundo mais bonito através de pensamentos positivos. Olhá-lo e encorajá-lo apaixonadamente como um oásis da tranquilidade, da paz e da solidariedade entre os povos.
Prescindir das palavrinhas idiotas sobre a fatalidade das profecias da desgraça humana. Vencer obstáculos com transparência, rigor, ética e respeito pelos princípios regidos, para atingirmos os objectivos nas “calçadas” da nossa vida.
Primordial é não continuar ou adiar a correcção das “burradas” cometidas no tempo que já é passado, mas reflecte os seus efeitos nefastos. Importa sim, que haja um gesto determinante na supressão dos erros assumidos, das imperfeições tendentes à negligência ou nas deduções emboladas no contexto da irresponsabilidade comportamental ou educacional.
Não façamos da nossa existência uma “ilha humana”, procuremos partilhá-la com novas relações sociais, participando activamente como um escudo integrante em todos os sentidos enquanto seres vivos.
Naturalmente, com este texto simpático, não se exclui a morbidez de outro aliado ao agravamento da penumbra como cenário cinzento ainda vivo e bem patente em centenas de milhares de portugueses.
Para não estragar a festa de boas-vindas, o ano de 2017, pode obstruir um indicador de dureza económica nacional, com consequência drástica nos cidadãos mais fragilizados no âmbito da precariedade dos seus rendimentos, desempregados, doentes ou excluídos socialmente, entre outros.
Pelos indicadores sobejamente expostos, o novo ano será uma equação de preocupações ou de inquietação financeira para as classes média e média-baixa. Os alusivos aumentos no salário mínimo nacional ou o raquítico ajustamento às baixas pensões, não cobrem sequer as novas tabelas já em prática, dos transportes públicos, electricidade, gás, um rol de produtos alimentares e nalguns casos os medicamentos sem prescrição clínica, já não referindo, inevitavelmente, a subida de preço do vestuário e do calçado.
Vamos ver se no fim deste ano estaremos aqui de novo com o mesmo discurso de recepção a 2018, para inicialmente escrever palavras bonitas e terminar com cepticismo sobre a demora imprópria do dever institucional em repor a dignidade de vida que os portugueses esperam do seu país.
Autor: Albino Gonçalves