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No superficial das coisas e da vida

O Homem, quando detentor da razão, é dotado de uma dimensão, entre outras, importante da sua vida, a liberdade. Liberdade no seu pensar e no seu agir. No âmbito destra dimensão, a realidade é que muitos rejeitam, conscientemente, a transcendentalidade da vida. Querem viver com as coisas e com a vida do imediato no presente e, para muitos, a incerteza do futuro constitui, para o efeito, um obstáculo. Não se libertando do tempo presente de que são prisioneiros, a fé e a esperança resumem-se a uma contínua sucessão de dias do calendário que é algo como uma satisfação do instante, quase sempre frenética e vazia de sentido. Vivendo nós, também, no tempo da era digital, esta se mal utilizada não favorece o desenvolvimento da capacidade de meditar, de pensar no mais além, de viver com sabedoria e até de amar com verdade. Principalmente nas grandes cidades, boa parte da sociedade tem vindo a ficar cada vez mais secularizada e, sendo uma realidade atual, cada vez com menos valores, com menos bons costumes e com menos princípios morais e éticos. Consequentemente, impera a inexistência da meritocracia, o compadrio, o amiguismo, a corrupção e a criminalidade que não se apresentam com sinais de diminuírem, antes pelo contrário. Com uma sociedade mais pervertida, os sinais são mais que evidentes. O que interessa é o poder pelo poder, é o ser famoso, é o bajularem-se e enaltecerem-se uns aos outros e é também, em última instância, a superficialidade na res publica (coisa pública). Prostram-se diante do designado “bezerro de metal fundido”, este representado pelos interesses, dinheiro, poder e fama. É verdade que o Mundo também está confuso, perigoso e doente. Mas isto deveria servir para refletirmos e não querer andar, enquanto sociedade, em sentido contrário da história Humana. O exemplo, entre nós, é o quererem banalizar o valor da vida com a eutanásia que, mais ou menos em segredo e nas costas do povo, querem implementar. Alguns, apologistas dos falsos “avanços civilizacionais”, pretendem continuar a cavar na fracturação da sociedade. Para além destas falaciosas utopias, estão criados ambientes para que as pessoas continuem na sua vida de aparências, superficial, contraditória e até hipócrita. O problema é que, para muitos, quando dão por ela os “remos” quebram-se e ficam obsoletos. O ser famoso, o poder, o dinheiro, os muitos conhecimentos, por si, não atingem, em plenitude, a essência do Bem, do Bom e do Belo. Sem estes princípios necessários, por nós apresentados em forma de juízos sintéticos, a felicidade aparente é superficial e é efémera!.. Poucos são os seres Humanos que não tiveram escassez de dinheiro ou bens, em fases da sua vida andarem stressados, terem tido doenças ou terem tido mais ou menos depressões psíquicas. O vigor e ação dos “remos” serve para nos levar adiante, suplicar por auxílio, tratar-nos, termos fé e seguir, com esperança, na via do amor e da vida. Nestes dias, quando nas “passadeiras vermelhas” a fama era testemunhada e a felicidade era notória, o ator Pedro Lima foi atingido pelo vazio e, consequentemente, pelo desespero. Com os “remos” quebrados, incapazes de contribuírem para a viagem no curso da vida, o amor fina-se e nem para os filhos, inocentes, resta!... Esta é a realidade, mais ou menos trágica, quando, livremente, deixamos que a matéria se sobreponha ou aniquile o Transcendente ou Deus que existe, embora alguns o tentem negar, nas profundezas de cada ser Humano.
Autor: Abel de Freitas Amorim
DM

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27 junho 2020