A democracia implantada no país a partir de 1975 constitui uma visão dentro do espírito da liberdade dos cidadãos, passando a participar em decisões fundamentais e transversais para o país, permitindo introduzir uma abrangência polivalente, com sentido integrador de todos poderem contribuir para melhorar as condições de vida e melhorar as desigualdades, de forma a haver uma vida mais digna e livre nos ideais democráticos dos portugueses.
Esta vertente política teve um implemento de abertura, com sentido participativo de cidadãos dentro da constituição, caracterizado por quadros competentes, nas diversas áreas profissionais, com formação política, que ocuparam lugares de destaque em diversas funções, oficiais ou privadas, com grande disponibilidade para legislarem no essencial e de encontro à Constituição, com um entendimento democrático no sentido de, independentemente das ideologias partidárias, pensar em primeiro lugar no país, tendo em vista o seu futuro.
Infelizmente esta situação tem vindo progressivamente a alterar-se, como consequência, após o ato eleitoral, não haver acordos no fundamental para o desenvolvimento do país, perspetivando as políticas essenciais com projetos estruturantes, para o crescimento económico, apoiando as pequenas e médias empresas fundamentais para criar riqueza e o setor social crescer exponencialmente, a fim de atenuar as desigualdades que se vão acentuando.
Infelizmente, após a Troika, reportado ao XVIII Governo Constitucional, o que originou sérias dificuldades ao governo de Passos Coelho, tendo sido necessário tomar medidas gravosas para os cidadãos e para o país, o que contribuiu para impedir parcialmente o crescimento económico, face ao reduzido investimento público e às limitações criadas pelo arco da governação, mas que contribuiu para atenuar ou melhorar as dificuldades do governo seguinte.
Vamos para um ato eleitoral, onde quem ganhar terá de colocar em primeiro lugar o futuro do país, negociando entre partidos para se encontrar as melhores soluções para o investimento e para a economia, não pensando só no deficit orçamental, mas preparando programas importantes, com planeamento e em continuidade governamental, no essencial, independente dos arcos partidários, tendo em vista evitar o crescimento da pobreza e consolidar a classe média, a verdadeira criadora de riqueza, para não se caminhar para o que se está a passar nos Estados Unidos, independentemente da cor ou etnia, onde a pobreza se acentua e a riqueza se concentra em 1% da população, país pioneiro na democracia.
Num ato eleitoral, os partidos devem apresentar os programas bem estruturados para os cidadãos poderem escolher livremente, sem se sujeitarem a discursos motivadores e populistas, mas capazes de cativar os votos, mediante uma comunicação fácil e de propostas inviáveis, considerando a situação do país e da sua dívida.
Por outro lado, verifica-se por vezes que alguma comunicação social dá grande incidência ao partido no poder, relegando para segundo plano os outros partidos.
Nesta campanha eleitoral verificam-se grandes contradições nos debates por alguns líderes, que não correspondem à realidade da política dos partidos e do que é a essência do seu programa, falando inclusive na privatização do SNS e doutras políticas que podem induzir os cidadãos menos preparados a votar, apoiados no que é transmitido, com insistência, por quem tem o dom da palavra e consegue distorcer a ideologia partidária dos partidos concorrentes ao ato eleitoral.
Era importante neste ato eleitoral os cidadãos pensarem no futuro do país, analisando quais as melhores soluções para o crescimento económico, para o desenvolvimento das infraestruturas fundamentais e das políticas mais adequados, direcionadas para uma descentralização real, caminhando para uma regionalização responsável e não sujeita ao poder de Lisboa, abordando o verdadeiro emprego e não permitindo apoios que dificultam a falta de mão-de-obra em diversos setores, que tem sido atenuada parcialmente pelos emigrantes.
Portugal foi grande no passado e tem condições para recuperar uma melhor situação, evitando a saída de jovens, nas diversas áreas profissionais, que nos países acolhedores se evidenciam com grande relevância, mas para isso é preciso criar riqueza, melhorar os salários e não destruir progressivamente a classe média.
Autor: Bernardo Reis