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Natureza – a grande escola humana

Que belo e confortante é ver uma flor a crescer ou o arrastar de um caracol, brincar às escondidas, atrás das árvores, ver os ninhos e ouvir o chilrear dos passarinhos! Quer nos dias de sol, quer nos dias de chuva, no verão ou no inverno, os cheiros, as cores, a vegetação e todos os habitantes do ecossistema deixam-se ver de maneiras diferentes. As crianças auferem, assim, uma diversidade de sensações e emoções que são muito relevantes para o seu crescimento harmonioso.

Ainda há pais que incutem aos filhos a ideia de poderem contrair uma constipação ou uma gripe em dias de chuva ou de mais frio. Dizia Einstein que “é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”. 

2 – As crianças têm uma afinidade angélica com a natureza. 

Talvez por serem pequenas, como a grande maioria das maravilhas que a natureza nos oferece, as crianças adoram contemplar os seres mais minúsculos. É o que diz Raquel Carson: “Muitas crianças, talvez por serem pequenas e estarem mais próximas do chão do que nós, percebem e apreciam as coisas pequenas que passam despercebidas.

Talvez seja por isso que é fácil compartilhar com elas a beleza que a nós nos passa despercebida, porque olhamos depressa de mais, vendo o todo e não a parte. Algumas das mais belas obras da natureza existem a uma escala de miniatura, como bem sabe alguém que tenha visto um floco de neve com uma lupa.”

A natureza faz com que as crianças sejam capazes de manter a atenção durante várias horas a olhar para plantas pequeninas, insetos ou a ver o trabalho harmonioso da família gregária de um formigueiro. Estudos recentes demonstram que as brincadeiras em ambientes naturais reduzem os sintomas de défice de atenção em muitas crianças. 

3 – A natureza é uma verdadeira escola universal que está ao alcance de todos.

António Gaudí, o genial arquiteto da igreja da Sagrada Família de Barcelona, considerava a natureza como a sua mestra: “Esta árvore que fica perto do meu atelier é a minha mestra,” dizia ele.

António Gaudí tinha, desde pequeno, uma saúde muito débil, agravada por contínuos ataques de reumatismo que o afastaram das brincadeiras infantis e adiaram a sua entrada na escola primária. No entanto, a sua mãe soube suprir essa lacuna, passando muitas horas com ele em frequentes passeios pelo campo e pelos bosques, distraindo-o e levando-o a observar a natureza.

Já adulto, António Gaudí recorda a sua infância, escrevendo: “Com os vasos de flores, rodeado de vinhas e oliveiras, animado pelo cacarejar do galinheiro, o pio dos pássaros e o zumbido dos insectos e com as montanhas de Prades como cenário, captei as mais puras e prazenteiras imagens da Natureza, essa Natureza que é sempre minha mestra.” Que exemplo para muitos portugueses!


Autor: Artur Gonçalves Fernandes
DM

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3 agosto 2017