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Não somos contra nada a não ser contra a ditadura

Não sou contra ninguém em particular, mas sou contra as ditaduras. Por isso estarei na oposição contra qualquer ideologia que destrua o indivíduo em prol do coletivo, quer ela seja da direita, do centro ou da esquerda. Não posso ser a favor de partidos que se dizem democráticos quando a sua génese ideológica é totalitária. Às ditaduras, dizemos mão. Há partidos que são a favor de governos ditatoriais, ainda que digam aos seus seguidores jque fazem uma política a favor dos trabalhadores. Se estão a favor dos trabalhadores, que direitos têm aqueles que não são trabalhadores? A democracia é tão amiga que até os seus inimigos deixa viver. Na democracia os totalitários podem expressar as sua doutrinas partidárias à vontade, numa ditadura a democracia não é admitida. Esta é a grande diferença em ser-se livre ou ser-se prisioneiro. Será que na China, em Cuba, na Venezuela, na Coreia do Norte, na Eritreia e outros em que ainda têm o poder totalitário, se conhecem o termo democracia? Citem-me um só país totalitário onde haja liberdade de expressão escrita ou falada. Não somos contra o PCP, o BE, ou o Chega; somos contra aquilo que representam: a ditadura. Vivem em democracia mas não são democráticos. Nunca chegarão ao poder, é esse o nosso desejo e também o nosso receio; se eles mandassem, este escrito, por insignificante que é, não seria possível publicá-lo. Não são democráticos porque, se o fossem,, seriam partidos social-democratas. Quando falam em defender o povo, não passa de uma mistificação; o povo quando não é livre, é escravo; se não pode escolher de livre vontade quem os dirige, então, não é um eleitor, é um selecionado para apoiar. Gostei da reação do Mundo às prepotências de Putin. Com poucas exceções o mundo da liberdade disse não ao ditador russo; levantou bem alto e até com orgulho, a bandeira contra a tirania; ser-se totalitário é ser-se tirano. Não é hora de exorcizar o povo russo, é hora de o levantar contra Putin: as mães, as esposas, as namoradas russas deveriam dizer a Putin: vá vossa excelência combater; nós queremos a paz e não estamos dispostas a ver morrer os nossos homens por uma guerra sem motivo patriótico. Marcharemos por uma Rússia invadida, não marcharemos por uma Rússia invasora. Assim fizemos a Napoleão. Os soldados russos, por sua vez, deveriam convencer-se que estão a disparar contra irmãos, primos, familiares que vivem na Ucrânia. Se têm de disparar disparem tiros de pólvora seca. Eles têm que pensar que cada disparo que fazem pode estar a matar um recém-nascido escondido em pobres búnqueres improvisados. Mandem Putin para a frente da luta, deem-lhe rações de combate fora de validade, ordenem-lhe que coma gás natural e beba petróleo, porque isto de fazer a guerra nos gabinetes aquecidos não custa nada, a não ser dar razões à própria loucura. Era este mais um boicote que poderia ajudar a virar o rumo dos acontecimentos desta guerra inumana; e se, por exemplo, fossem lançados de avião panfletos deste teor sobe toda a Rússia? Eram bombas não matavam com estilhaços mas podiam estilhaçar o ânimo de todo um exército, quiçá de todo um povo .Este ditador está tão isolado que nem a China já não lhe é totalmente favorável; neste abandono, honra seja feita ao arrependimento/desculpa do PCP, ao incluir Putin na lista dos “capitalistas/opressores do povo”! Se o arrependimento é sincero, mesmo que tardio, aqui lhe registamos o arrependimento e aceitamos as desculpas. Todas as mudanças repentinas me parecem circunstanciais. Veremos. Perguntem ao Putin qual o canal que utilizará para fugir quando chegar a hora da sua derrota: um dos que o colocará na Rússia, ou um outro que o levará a um país onde a liberdade é leite materno feito direitos individuais: o mesmo leite que corre nas veias de quem gosta doutra cor, sem ser a cinzenta.


Autor: Paulo Fafe
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14 março 2022