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“Não se pode elogiar”…

  1. 1 O Sporting é um clube “misterioso”…). Com falta de dinheiro igual (ou maior) que os outros, o SCP acaba de ser eliminado no prolongamento pelos turcos do Basakshehir. Aliás, a 3 min. do tempo regulamentar ainda era o Sporting que vencia a eliminatória (ao contrário de Benfica, Porto e Braga, que acabavam de ser eliminados). Um azar imenso, especialmente porque o Sporting mostrou nada ficar atrás do clube de Istambul. E também porque teria “arrumado” com as teimosas e pouco fundadas oposições à actual direcção. A qual foi a legítima (e recente) escolha dos sócios, após a desastrosa, louca, insólita e irresponsável cavalgada do “brunismo”.
  2. 2 Pois não é que o Sporting vem agora “roubar” o treinador ao Braga?). O actual campeonato (liga) nacional e a taça estão já perdidas. A sobrevivência na Liga Europa era uma “lança em África” cujo mérito podia ser atribuído aos jogadores (sobretudo ao agora saído Bruno Fernandes); ao sóbrio, leal, disciplinador e competente treinador Silas; e obviamente ao presidente Fr. Varandas, que conseguiu reabilitar o clube, depois daquela fase difícil. Porém, ao que parece, não deve ser Varandas quem realmente comanda o Sporting. Mas alguém que (se não tem intenções destrutivas…) não deve perceber nada de futebol. O treinador Silas deu prova de ser um inesperado substituto quase à altura do anterior, o notável holandês Keyser; o qual tinha apenas o defeito de ser demasiado caro. Portanto, o indicado não era substituir o treinador, sobretudo nesta fase de gestão do fim duma época (2019-20) em que o melhor que SCP obterá será o 3.º lugar, se tanto. Muito menos, vir gastar 10 milhões de euros (um recorde) no jovem e inexperiente treinador do rival directo, o Braga. O qual, apesar de ainda não ter o último nível do curso de treinador, teve marcado sucesso no campeonato (mas não na Europa…), depois de, também inopinamente, ter vindo substituir o credenciado Sá Pinto. Com esses 10 milhões, compravam-se era uns poucos de bons jogadores, para usar onde fizessem falta.
  3. 3 Todo este caso parece uma repetição do “romance brunista” com Jorge Jesus). Uma das excentricidades de Bruno de Carvalho foi a de, a todo o pano, ir roubar o treinador Jesus ao Benfica; onde, aí sim, Jesus apresentou 2 vitórias no campeonato. Porém, além de Jesus se ter (a justo título) malquistado com a maioria dos adeptos encarnados que o idolatravam, o Sporting teve o caríssimo Jesus 2 épocas e só numa é que esteve à beira de ser campeão, não passando do 2.º lugar. É que, este Jesus não faz milagres. É bom, mas a treinar boas equipas; p. ex., o Flamengo ou o Benfica do goleador Jonas. Tudo isto também traz à memória os velhos tempos em que o pres. do Sporting era o algarvio Sousa Cintra. O qual também andou por essa Europa fora atrás do pretenso goleador Amunike (um nigeriano que lá conseguiu contratar na Alemanha); mas que foi um “flop”.
  4. 4 Mais valia o Sporting tentar contratar Carlos Carvalhal ou Vítor Oliveira…). Como disse trás, sou contra a saída de Silas, cujo único erro foi “não ter metido o autocarro” à frente da baliza do jovem Maximiano, nos últimos 5 minutos do jogo de Istambul. Outra boa opção, seria o veterano e notável treinador algarvio Manuel José, mas este já está reformado. Ou então, Sá Pinto. Ou o feirense Pedro Martins. Ao menos, nenhum deles seria tão caro como Rúben Amorim.
  5. 5 Claro que contratar um “benfiquista fanático” para treinar o Sporting, vai dar desastre…). E ao preço a que vem o jovem e mal testado treinador “roubado” ao Braga! Que prestígio terá Amorim se, como pode acontecer, nada for conseguido de positivo? Seguramente, as claques vão apreciar…
  6. 6 Reminiscências sobre o jovem Custódio Castro). Deve ser uma solução super-transitória; porém, o Sporting de Braga fica agora a ser orientado por quem treinava a sua formação de juvenis (!), o ex-jogador Custódio (nascido em Guimarães há 36 anos, em 24-5-1983). O qual só tem o 1.º grau do curso de treinadores (e são 4, os graus). Custódio, um jogador sempre mediano, representou, entre outros, o Braga, o Vitória de Guimarães, o Dínamo de Moscovo (em 2007-8, onde apenas fez 9 jogos); e, ironicamente o Sporting, várias épocas (antes de 2007). E “se bem me lembro” (como diria o escritor Vitorino Nemésio, bisavô dos meus primos de Lisboa), Custódio solidarizou-se com Carlos Queirós num qualquer assunto bem polémico (já depois de Queirós ter ostracizado o popular goleador Jorge Cadete). E Cadete fôra o melhor marcador em Portugal uma vez; e, pelo Celtic, depois, 2 vezes na Escócia.
  7. 7 Pelos vistos, como dizia Jô Soares, “não si pódji êlògiarr”). Continuo a ter alguma confiança em Varandas (pelo menos, até novos desenvolvimentos). Elogiei-o no meu trabalho anterior, há 15 dias, aqui no DM, em que criticava o unanimismo (enviesado e parcial) no “caso-Marega”. Sobretudo, se comparado com o esquecimento mediático a que foram votadas as recentes graves agressões a dirigentes do SCP, dentro do próprio Alvalade XXI. Porém, a escolha do benfiquista R. Amorim (e a sua compra a peso de ouro) fazem suspeitar que Varandas não é quem “comanda o barco”. E que fez cedências a forças que podem ter interesse no agravamento da crise do clube. Para que lhe aconteça algo de parecido com o Belenenses, por azar outro dos meus clubes preferidos. Como dizia outro personagem do velho “show” de Jô Soares (o macaco-Sócratis), desculpem a “iguinorância do màcácu”. Que, no caso em apreço é capaz de não ser assim tão grande…

Autor: Eduardo Tomás Alves
DM

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17 março 2020