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Não percamos a unidade!

  1. A diferença e até uma sadia divergência são expressões de vitalidade e riqueza. Já a divisão é sintoma de fraqueza, não favorecendo a credibilidade.

A unidade não deve ser uniforme, mas tem de reluzir na própria diversidade.

  1. Em qualquer momento – mas ainda mais na hora que passa –, a Igreja é chamada a destacar-se pela unidade: não por uma unidade unívoca, mas por uma pluralidade unida.

No caleidoscópio de palavras e gestos, a unidade nunca há-de ser ofuscada. E esta credibiliza-se, acima de tudo, no anúncio de Jesus Cristo e no serviço à humanidade.

  1. A Igreja é uma «transcorrência» entre Cristo e o mundo.

O que aconteceu «uma vez» em Cristo é para acontecer «sempre» no mundo.

  1. Em cada presente da história, a Igreja obsequia o mundo com o mesmo presente de sempre: Jesus Cristo.

Foi assim ontem, é assim hoje e será assim amanhã (cf. Heb 13, 8).

  1. A Igreja existiu no passado para testemunhar Jesus Cristo, existe na actualidade para testemunhar Jesus Cristo e existirá no futuro para testemunhar Jesus Cristo.

A Igreja terá futuro se nunca se afastar do (insuperável) «paradigma Jesus». Ela só conseguirá sobreviver se nunca se esquecer de «cristoviver».

  1. Não raramente, dá a impressão de que conhecemos melhor a realidade do mundo em que a Igreja se encontra do que a identidade da Igreja que se encontra no mundo.

Não há dúvida de que nos incumbe conhecer o tempo que vivemos e o espaço que nos circunda. Mas não será crucial conhecer o Cristo que somos impelidos a testemunhar nesse tempo e nesse espaço?

  1. Às vezes, com tanta insistência em antecipar o futuro, corremos o risco de tolher a missão no presente, em cada «hoje».

É no «tempo que se chama «hoje» (Heb 3, 13) que somos chamados a ser Igreja, anunciando Jesus Cristo. Não será esse anúncio no presente o melhor investimento para o futuro?

  1. Não basta trazer o futuro para a Igreja; é imperioso que a Igreja não se demita de levar Cristo para o futuro.

O futuro introduzirá certamente mudanças na Igreja, mas a Igreja também terá de ser fermento de mudança no futuro.

  1. Decisivo, no entanto, é perceber que o futuro será muito diferente com a perene novidade oferecida pela Igreja.

Trata-se da novidade chamada Jesus Cristo.

  1. N’Ele, que tudo renova (cf. Ap 21, 5), a Igreja nunca envelhecerá.

É pela fidelidade a Jesus Cristo que a Igreja sobreviverá (Rom 1, 17; Heb 10, 38)!


Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira
DM

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3 novembro 2020