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A diferença e até uma sadia divergência são expressões de vitalidade e riqueza. Já a divisão é sintoma de fraqueza, não favorecendo a credibilidade.
A unidade não deve ser uniforme, mas tem de reluzir na própria diversidade.
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Em qualquer momento – mas ainda mais na hora que passa –, a Igreja é chamada a destacar-se pela unidade: não por uma unidade unívoca, mas por uma pluralidade unida.
No caleidoscópio de palavras e gestos, a unidade nunca há-de ser ofuscada. E esta credibiliza-se, acima de tudo, no anúncio de Jesus Cristo e no serviço à humanidade.
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A Igreja é uma «transcorrência» entre Cristo e o mundo.
O que aconteceu «uma vez» em Cristo é para acontecer «sempre» no mundo.
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Em cada presente da história, a Igreja obsequia o mundo com o mesmo presente de sempre: Jesus Cristo.
Foi assim ontem, é assim hoje e será assim amanhã (cf. Heb 13, 8).
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A Igreja existiu no passado para testemunhar Jesus Cristo, existe na actualidade para testemunhar Jesus Cristo e existirá no futuro para testemunhar Jesus Cristo.
A Igreja terá futuro se nunca se afastar do (insuperável) «paradigma Jesus». Ela só conseguirá sobreviver se nunca se esquecer de «cristoviver».
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Não raramente, dá a impressão de que conhecemos melhor a realidade do mundo em que a Igreja se encontra do que a identidade da Igreja que se encontra no mundo.
Não há dúvida de que nos incumbe conhecer o tempo que vivemos e o espaço que nos circunda. Mas não será crucial conhecer o Cristo que somos impelidos a testemunhar nesse tempo e nesse espaço?
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Às vezes, com tanta insistência em antecipar o futuro, corremos o risco de tolher a missão no presente, em cada «hoje».
É no «tempo que se chama «hoje» (Heb 3, 13) que somos chamados a ser Igreja, anunciando Jesus Cristo. Não será esse anúncio no presente o melhor investimento para o futuro?
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Não basta trazer o futuro para a Igreja; é imperioso que a Igreja não se demita de levar Cristo para o futuro.
O futuro introduzirá certamente mudanças na Igreja, mas a Igreja também terá de ser fermento de mudança no futuro.
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Decisivo, no entanto, é perceber que o futuro será muito diferente com a perene novidade oferecida pela Igreja.
Trata-se da novidade chamada Jesus Cristo.
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N’Ele, que tudo renova (cf. Ap 21, 5), a Igreja nunca envelhecerá.
É pela fidelidade a Jesus Cristo que a Igreja sobreviverá (Rom 1, 17; Heb 10, 38)!
Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira