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“NAMORICOS”

Houve em tempos uma moçoila numa aldeia do concelho de Braga, algo fogosa e atrevida, que muito namorado ia tendo. Um certo dia, estando com um deles numa ‘quelha’- pouco frequentada - e ao verem aproximar-se o pároco da freguesia logo mudaram de postura, pensando que ele não se havia dado conta da cena. Só que o reverendo em vez de se dirigir para a sua residência foi à da mãe da jovem avisá-la: - “ó senhora Rosa, vá depressa a tal parte que se não for ainda acontece uma desgraça com a sua filha”. A progenitora da cachopa lá meteu pés ao caminho, muito ligeira, e quando estava quase a chegar ao pé do casalito a rapariga, enquanto sacudia o vestidito, atirou-lhe: - “ó minha mãe, se é por causa ‘daquilo’ já vem tarde!”.

Com este episódio – que realmente se passou – apenas pretendo estabelecer alguma comparação com o atual “namorico” – iniciado em 2015 – entre o Primeiro-ministro (PM), dr. António Costa, e a chamada esquerda radical, ou seja, o Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE). Só que esta espécie de “idílio” do líder socialista com estes dois partidos, tal como o do que acima referi, é um romance algo fugaz e a prazo, provavelmente até 2023. Só que esta relação vai dando jeito ao PM para aprovação dos Orçamentos de Estado (OE), que se vai servindo dela como estaca ao seu poder, uma vez que Costa não nutre qualquer simpatia pelo maior partido da oposição.

Ora, Jerónimo e Catarina, apesar das recíprocas juras de ‘amor eterno’ ao PM, vão andando de pé atrás. Pois devem ter, ainda, bem presente a traição dele ao seu camarada António José Seguro. Daí, andarem os dois sempre a dizer que ‘este Governo anda a arrastar os pés’ para cumprir o que prometeu no OE, de 2021’. É que toda a gente sabe que estes dois elementos, da chamada “geringonça”, interesseiros como são, andam é aflitos para terem novos ‘flirts’ no OE, de 2022 e que o PM os continue a ter prendidos pelo beicinho. Isto, porque querem levar a cabo a sua agenda distributiva antes que a ‘bazuca’ se esgote. Assim, mediante alguns ‘arrufos’, Costa lá vai cedendo aqui e ali indiferente aos avisos da ‘mãe’ União Europeia (UE) para que não se deixe seduzir demais com a beleza e boa-fé de quem esconde, verdadeiramente, outras intenções que não aquelas que ele julga serem benéficas para Portugal.

O nosso homem – do ‘TABU’ –, sabe bem no que deram aquelas paixonetas, de ocasião, de Sócrates com o brasileiro Lula da Silva e o falecido venezuelano, Hugo Chaves, fiado nas suas políticas. Sendo por via delas que o seu camarada socialista para além de ter deixado Portugal à beira da bancarrota, chegou a estar preso por ser acusado de corrupção. Já Lula, não só esteve encarcerado por idêntico motivo, como deixou o Brasil entregue ao ‘marado’ Bolsonaro. Enquanto o Chaves, esse, lá com a mania do socialismo, deixou a Venezuela no estado miserável que se sabe ao ditador Maduro. Daí, que Costa não esteja com um “namoro” para a vida, uma vez que deve obediência a Bruxelas. Isto, se o país quiser usufruir de futuras benesses da UE.

Costa sabe que pode contar com este ‘affair’ para dar cabo da “bazuca”, dado que distribuir – e nunca criar e produzir riqueza proveniente do empreendedorismo e do trabalho árduos – é com eles. Não é lema do marxismo-leninismo, nem nunca foi. - Não? - Então, porque será que desviam o foco de países como a China e a Coreia do Norte, cujos capitalismos de Estado deveriam envergonhar quem tanto enche a boca de liberdade e democracia? Se não é assim, por que razão não os temos ouvido condená-los ou, pelo menos, contestá-los? É que muita ‘barulheira’ se vai fazendo contra isto e aquilo, mas nunca contra a violação dos direitos humanos nesses fechados regimes.

Com efeito, só quando Costa largar os seus “namoricos” de ocasião, se verá como irá ficar o país em termos sociais, de dívida, economia e finanças. Pois temo que depois de inúmeros avisos de arrepio ao estourar de dinheiro – vindo da UE – seja tarde demais.


Autor: Narciso Mendes
DM

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20 setembro 2021