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Na esplanada

Sentado na ampla esplanada do Astória emblemática cafeteria do centro citadino, construção secular, onde a magia a alma e o destino se conjugam numa montra de fantasia a quem deseje sentir a cidade para reviver com saudade as belas páginas da sua história. É preciso escutar o rumor nas suas praças bem delineadas que perfumavam com nostalgia os meus tempos de menino. E eu, na esplanada, recordo com fulgor esta cidade embrenhada em poesia, Plena de obras-de-arte sublimadas por génios e inspirações de dom divino. Olho a Avenida, ao fundo o Bom-Jesus, no monte sagrado forrado de verdura, onde o sol bate suavemente na encosta num quadro deslumbrante de magia. Desvio o olhar e a cidade com aquela luz se resplandece e se encena numa alegoria em amplexos ingénuos de ternura mas, sempre a calma como resposta. Numa tarde de aragem fresca e acolhedora tomo na esplanada o café fumegante ao som de umas músicas melodiosas. Ao meu lado, as pessoas ainda ansiosas se olham inquietas e sem compreender os dramas dos medos deste tempo errante, buscando a confiança inspiradora que lhes indique o caminho a percorrer.
Autor: Armindo Oliveira
DM

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17 junho 2020