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Muita parra, pouca uva

De quando em vez, somos surpreendidos por mais uma busca das autoridades judiciais a um clube e seus dirigentes. Busca aqui, busca acolá, estes atos já se vêm tornando repetitivos e pouco credíveis – como diz a sabedoria popular, começam a ser «mais do mesmo», sem consequências visíveis ao nível do apuramento da justiça. No entanto, vão criando mossa na credibilidade do futebol e respetivas Instituições (sem que isso afete grandemente a perceção pública destas, o que se lamenta), e gerando uma aura de incompetência e até complacência junto das autoridades que deveriam garantir o cumprimento escrupuloso da Lei. A exigência de todos nós é que as autoridades judiciais sejam firmes, imparciais, competentes e, sobretudo, mais céleres na finalização de tais processos, pois contribuirão largamente para que o futebol se transforme numa sadia vivência de emoções, um exemplo para os jovens e para a sociedade, em termos de valores. Isto é tão mais importante numa realidade – o futebol – que por costume é notícia pelas piores razões: corrupção, enriquecimento ilícito de alguns em prejuízo dos clubes, negociatas, pressão e muitas das vezes violência verbal sobre as arbitragens, acusações muito feias de alguns para com os seus semelhantes, sendo certo que os únicos responsáveis por tais atrocidades são os dirigentes das Instituições que deveriam zelar em primeiro lugar por um ambiente proactivo e de evolução e desenvolvimento do desporto em si. O futebol não está acima do desporto! O futebol tem de estar dentro do desporto, que é um bem maior. Continuo a defender a opinião de que o mundo do futebol é como o conhecemos porque uns pensam que a melhor estratégia é o ataque a eito contra tudo o que não os favorece, e outros porque são demasiado passivos e incompetentes para o desempenho de funções tão importantes, resultando daqui a inexistência de uma compreensão mais elevada do que deve ser uma postura construtiva e de paz reinante que ajude o todo a tornar-se mais forte. Enquanto a Justiça não clarificar e resolver (para o bem e para o mal) estes casos, supostamente ilícitos e criminosos, tais protagonistas vão continuar alegre e impunemente sob a alçada da presunção de inocência, a fazer muito mal ao futebol português. Igualmente, não temos líderes e governantes fortes e competentes nas Instituições que regem o futebol em Portugal, e que deveriam ter um papel fundamental na procura do melhor caminho, sendo coniventes com este clamoroso estado de caos reinante. A título de exemplo, continuamos a aguardar, há mais de um ano, um novo modelo de governação da Liga de Futebol e respetivas eleições. Para a pacificação do futebol, é fundamental a alteração de mentalidades, e que os clubes vinguem pela sua competência sem nunca abdicar dos seus valores, pugnando para que sejam um exemplo para o país mas sobretudo para os jovens.
Autor: João Gomes
DM

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27 maio 2021