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Moura Coutinho: Um nome e uma obra a preservar

Saúda-se esta deliberação que tem o inegável propósito de proteger edifícios de elevado valor arquitectónico e urbanístico, de preservar para as gerações futuras a memória colectiva de um património projectado por um grande arquitecto auto-didacta, que marcou decisivamente o urbanismo bracarense na primeira metade do século XX e, ainda, de promover a reabilitação urbana deste conjunto de obras.

Desta forma tão simples quanto racional, se evita que este património conheça a triste sorte da destruição, como aconteceu com os edifícios do antigo Banco Nacional Ultramarino e do Hotel Aliança, ambos projectados pelo mesmo insigne arquitecto.

Mas o que me leva a trazer a lume este tema é um desafio mais amplo que, na esteira do que vem sendo defendido pela ASPA, desejo colocar aos vários municípios, sobretudo nortenhos, onde o Arq.º Moura Coutinho deixou obra assinalável: proceder a um exaustivo levantamento de todos os edifícios por ele projectados com vista a averiguar quais, dentre eles, merece classificação, quer ao nível de interesse municipal quer no patamar mais elevado de interesse nacional.

Entre os vários municípios onde se registam obras a que está associado o nome de Moura Coutinho contam-se, além de Braga, os de Barcelos, Póvoa de Varzim, Póvoa de Lanhoso, Caldas das Taipas (Guimarães), Fafe, Ponte da Barca, Porto, Viseu, Lousã e Lisboa.

Todavia, porque foi em Braga que foram realizadas a maioria das obras de Moura Coutinho e porque foi nesta cidade que este ilustre arquitecto viveu a maior parte da sua vida activa – onde, de resto, veio a falecer –, penso que caberá naturalmente à CMB assumir a liderança do patrocínio deste objectivo mais alargado, quer como forma de homenagear a memória deste seu notável cidadão honorário, quer como de promover a publicação de um roteiro nacional que permita aos estudiosos ou simples turistas apreciar o emblemático conjunto da obra de João de Moura Coutinho.

 

Autor: António Brochado Pedras
DM

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24 fevereiro 2017