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“Morte” assistida no futebol…

A despenalização da eutanásia, recentemente chumbada na Assembleia da República, seria aprovada por larga maioria se a votação ocorresse num grande clube de Lisboa. No entanto, é também minha convicção, dias depois o assunto viria novamente à discussão, repetiam a votação e, desta vez, venceria o NÃO, na tentativa de ressuscitar os, entretanto, defuntos. Por lá, ao que consta, prevalece a velha máxima de Pimenta Machado “o que hoje é verdade…”

Noticiava o JN, esta semana, que uma larga maioria dos atuais estudantes de medicina, 73%, são a favor da eutanásia. Ou seja, os jovens que futuramente podem lidar com estas situações entendem ser a eutanásia a melhor solução. Também em Alvalade, os jovens que mais perto andam da equipa, as claques, pensam da mesma forma, motivo pelo qual enviaram uma chuva de meteoritos sobre Rui Patrício em Alvalade, e largaram, em louca correria, uma guarda pretoriana para invadir a academia e bater em (quase) tudo o que mexesse. Em face disso, e apesar não ter havido mortos a lamentar, o grupo atingido ficou como que em estado vegetativo durante 5 dias, para depois, então sim, milhares de adeptos assistiram “à morte” do sonho da conquista de um troféu por parte de quem ainda não tinha acordado de um pesadelo. Foi pois, uma morte assistida e previamente anunciada.

A final da Champions também pareceu “morte assistida” para três jogadores. Dois devido a lesões no decorrer do jogo, com previsíveis consequências nefastas no Mundial que se aproxima, um outro, guarda redes do Liverpool, por ter “escolhido” um jogo destes para ter a exibição mais desastrada de que há memória. Já CR7, apesar da vitória, num jogo que não lhe correu bem, quis os holofotes sobre si próprio num momento que deveria ser de exaltação coletiva. Depois de chamado à atenção pelo capitão de equipa, assumiu ter errado. Podia ter aproveitado para lembrar a Sérgio Ramos que o que ele fez a Salah também merecia um pedido de desculpas público.

As escolhas de Fernando Santos para o Mundial não levantaram muita celeuma porque a crise de Alvalade tudo abafou e os jogadores que estavam em dúvida não pertenciam a nenhum dos três clubes do regime. Agora, iniciando-se a fase de preparação, estou expectante e confiante pois o primeiro jogo, esta semana, em Braga mostrou que a nossa seleção já compreendeu qual o caminho a trilhar para obter sucesso. A exemplo da fase de grupos do Europeu, começamos a preparação com uma exibição pouco convincente, contra um adversário pouco cotado (Tunísia) e com o resultado a saldar-se por um, já habitual, empate. Voltando à eutanásia, parece que temos uma seleção a fazer-se de morta mas que irá, assim o esperamos, ressuscitar, na Rússia, quando necessário.


Autor: Carlos Mangas
DM

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1 junho 2018