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Miguel Maia, finalmente na capa dos jornais

OSporting CP, conquistou, na passada terça-feira, o seu sexto título nacional de voleibol masculino, frente ao SL Benfica, num jogo muito bem disputado, com grande equilíbrio no resultado, de desfecho imprevisível, e onde as equipas deram um excelente exemplo de desportivismo. Mas o grande destaque deste jogo deve ser dado a Miguel Maia, que esteve presente no último título do Sporting, e que passados 22 anos, no mesmo clube e com 47 anos de idade, volta a conquistar este mesmo campeonato. Miguel Maia é de Espinho, uma cidade conhecida pelos clubes e grandes atletas de voleibol. O facto do seu pai ser dirigente da Académica de Espinho durante a sua juventude, acabou por ser decisivo para a escolha desta modalidade, embora segundo alguns relatos, ser um apaixonado por futebol. Desde cedo mostrou qualidade desportiva de excelên- cia, tendo alcançado títulos nacionais nos escalões mais jovens, onde a cultura e ambiente da cidade favorecia o investimento nesta modalidade, assim como, o aparecimento de resultados. Depois de fazer toda a sua formação na Académica de Espinho, nas três épocas em que ainda representou este clube enquanto sénior, contribuiu para a sua subida de divisão ao escalão principal, onde alcançou ainda o título de campeão da segunda divisão, e para a histórica conquista do campeonato nacional e Taça de Portugal. Este ciclo encerra-se com a transferência para o SC Espinho, principal clube da cidade, numa passagem muito rápida e de apenas um ano, tendo passado a representar o Sporting CP logo de seguida e onde viria a conquistar três títulos nacionais. A carreira deste excelente atleta é feita em grande parte em Espinho, tendo um palmarés impressionante de 16 campeonatos nacionais, 8 taças e 6 Super-Taças de Portugal, 1 Top Teams Cup da Confederação Europeia de Voleibol, entre outras conquistas e presenças ao nível de clubes e da Seleção Nacional. Também no voleibol de praia, Miguel Maia, juntamente com João Brenha, formaram a melhor dupla nacional de sempre e onde alcançaram o extraordinário feito, de por duas vezes, chegarem às meias finais dos Jogos Olímpicos de Verão (Atlanta 1996 e Sidney 2000). Deste último e merecido campeonato nacional de voleibol 2017/18, Miguel Maia, aparece como a grande referência nos diários desportivos do dia seguinte ao título, sendo-lhe dado o grande destaque na capa de um dos citados jornais, honra que já merecia há anos, mesmo quando jogou no SC Espinho e onde ganhou várias vezes este e outros títulos. Que Miguel Maia inspire os editores de mais jornais desportivos a fazer capas com estes destaques, esperando que isto não aconteceu apenas por se tratar de uma vitória de um dos três clubes protegidos do(s) sistema(a), pois há muitos e importantes clubes a fazer com que estes e outros campeonatos existam. Esperamos mesmo, que estes destaques, não tenham sido "dados" pela tradicional e limitada "clubite" e veneração jornalística. Ainda há pouco tempo, por exemplo, no caso dos títulos ganhos pela equipa de andebol ABC e dos seus super-atletas, o tratamento não foi o mesmo, onde se registaram jogos de grande nível, pavilhões cheios e numa modalidade onde participam, entre outros clubes, o Sporting, o Benfica e o Porto. Vamos aguardar “e ver” se esta abertura de alguns dos principais jornais desportivos diários, dada desta vez ao Voleibol, e aos atletas de excelência, como Miguel Maia, ajuda a valorizar o desporto do ponto de vista social e cultural, pois bem precisamos.
Autor: Fernando Parente
DM

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4 maio 2018