Mês de outubro: mês do Rosário

No dia 7 de Outubro, a Igreja dedica-o a Nossa Senhora, sob a invocação da VIRGEM SANTA MARIA DO ROSÁRIO.

Há fiéis que dão pouca importância a esta oração, sem dúvida longa, mas onde o amor da Mãe de Deus e nossa Mãe se transmite de uma forma tão carinhosa e tão – digamos assim – maternal. Efectivamente, quando Jesus, prestes a morrer na cruz do Monte Calvário, pede à sua Mãe que o seja também, na pessoa de S. João Evangelista, de todos os homens de todos os tempos, além de mostrar a sua generosidade ao deixar de ser o único filho de Maria, entrega a Nossa Senhora uma tarefa gigantesca e trabalhosa. Este pedido é mais uma prova do grande amor que o Senhor nos devota, recordando com certeza todos os cuidados educativos que ela Lhe dispensou. Por isso, como que a “obriga” a dedicar-nos o seu amor maternal com o mesmo empenho que manifestou no seu caso concreto.

Maria aceita esta tarefa, tendo consciência de que há uma diferença radical entre Jesus e todos os seus novos filhos. Estes são pecadores, ao contrário daquela criança que ela educou durante tantos anos, na companhia de seu marido, S. José, desde o seu nascimento em Belém.

Como nossa Mãe que é, certamente que deseja dialogar com os seus filhos e que estes a tratem familiarmente, contando-lhe as suas aspirações, alegria e tristezas que acontecem na vida do dia a dia. Para tanto, manifestou-lhes que uma forma de o fazer com simplicidade é a reza do Terço (terça parte do Rosário completo). Este é uma oração vocal, acessível a qualquer pessoa (seja um intelectual genial, seja um simples trabalhador analfabeto do campo, seja uma criança ), que nos pode levar a meditar sobre o que lhe dizemos, o que lhe pedimos e o que comemoramos nas diversas facetas dos mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos que compõem o Rosário na actualidade.

Convido o leitor destas linhas a dar uma vista de olhos a um texto de origem brasileira (ao qual não faltavam as recomendações de Nossa Senhora aos pastorinhos de Fátima sobre a reza do Terço) que encontrei, e que muito me impressionou pela sua simplicidade, pela sua profundidade e, ainda, pela sua oportunidade e sentido de humor. Com ele o deixo, se tiver paciência para continuar a ler este artigo.

“Há tempos atrás chegou-me às mãos uma caixinha de remédios chamada TERCIUM, onde encontrei um terço e uma receita. Esta dizia assim:

Leia cuidadosamente esta receita antes de administrar o medicamento. Contém informações importantes para o seu tratamento.

COMPOSIÇÃO: Cada mistério contém: Pai-Nosso - 1; Ave-Marias - 10; Glória – 1

INDICAÇÕES: Tercium está indicado para o tratamento da alma com efeito seguro e prolongado. Protector revigorante, alimenta-a poderosamente protegendo-a contra todos os vírus e bactérias que possam prejudicá-la. Foi comprovada ainda a sua acção não só na própria pessoa que o utiliza como nos membros da família e, dependendo da dose, até na sociedade. Fabricado especialmente para quem padece de doenças espirituais, tais como: fraqueza interior; tensão nervosa, ansiedade; tristeza ou depressão; “stresse” em geral; falta de fé; falta de amor no coração; falta de paz; falta de alegria; e também para quem necessita de alcançar graças importantes e pretende fortalecer a família.

CONTRA INDICAÇÕES: Não foram encontradas.

POSOLOGIA: Doses recomendadas: Crianças: de um a dois mistérios diários. Adultos: cinco mistérios diários ou recitação do Santo Rosário completo. Não precisa de receita médica. Permitido o autoconsumo e a overdose.

GRAVIDEZ E AMAMENTAÇÃO: O seu uso prolongado causa alegria e estabilidade emocional na mãe e traz bênçãos para o futuro filho.

PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: O seu consumo deve ser feito com piedade e devoção. De preferência, contemplando os mistérios. Não se recomenda o consumo deste medicamento com a ingestão de álcool, pois pode ocasionar enjoos, náuseas, fortes dores de consciência. Evite as distrações.

EFEITOS COLATERAIS E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: não foram encontrados. Achei a ideia genial! De facto, o terço, além de “arma poderosa” é um excelente remédio para a alma, fortalecendo-a, protegendo-a, produzindo paz e serenidade. Basta, neste sentido, ver as promessas que Nossa Senhora fez a São Domingos de Gusmão para quem rezasse o terço:

1. Prometo a minha proteção e as maiores graças aos que rezarem o terço; 2. Aqueles que o rezarem com muita fé em vida, na hora de sua morte encontrarão a luz de Deus e a plenitude da sua graça; 3. As crianças suas devotas merecerão um alto grau de glória no céu; 4. Obterão tudo o que pedirem mediante esta oração; 5. Os que propagarem esta devoção serão assistidos por mim em suas necessidades; 6. Os que recorrerem a mim ao rezá-lo, terão como intercessora toda a corte celeste durante a vida e na hora da morte”.