As piadas sobre móveis não se fizeram esperar, sobretudo por parte dos adeptos do clube azul e branco que viam neste empate a possibilidade de ascender ao primeiro lugar do campeonato.
Domingo chegou soalheiro, o Estádio do Dragão encheu-se como há muito não se via mas a vitória não sorriu ao Porto e foi mesmo o Vitória que cantou de galo com o empate ao fim dos cento e dois minutos, que isto de ser um grande tem destas vantagens, o jogo pode sempre durar mais do que aquilo que era suposto.
E sim, concedo que a equipa sadina pareceu desde muito cedo, demasiado cedo,” fatigada”, o que obrigou a sucessivas paragens que quebraram o fio do jogo e enervaram os portistas ansiosos por resolver o jogo a seu contento. Foi antijogo, sim senhor, mas o Porto tinha obrigação de mais e de melhor e só se lamenta que prolongamentos de doze minutos só sejam concedidos às equipas ditas grandes.
Assim, aquilo que acabou por acontecer foi justiça poética: o Vitória acabou por “empatar” o Porto na sua luta pelo título com um golo de João Carvalho, jogador cedido pelo Benfica ao clube sadino. Os benfiquistas, humilhados no sábado, sentiram-se vingados no domingo.
No terceiro lugar continua tudo na mesma. A única incerteza quanto ao Sporting desta época é se Bas Dost baterá Messi na luta pela bota de ouro. Bruno de Carvalho já conquistou o seu troféu. Parece que o leva ao altar nos Jerónimos lá para o verão. De resto, mais uma época frustrante para os leões, o que leva o presidente a anunciar que já está a planear com Jesus a próxima, tendo já em mão uma lista de cinquenta potenciais reforços. Eu diria que bem precisa. Dos reforços e de um Jesus, um Jesus a sério, daqueles que fazem milagres.
Na luta pela permanência, Moreirense, Tondela e Nacional estão na berlinda. Curiosamente, três clubes que tiveram mais do que um treinador na mesma temporada. Petit arrisca-se a descer dois clubes na mesma época, Moreirense e Tondela. O Nacional, acreditando no poder do divino, contratou Deus, João de Deus, para conduzir a equipa na reta final. Estou convencida que nem assim lá vai.
Em terras do Minho vai lutar-se pelo quarto e quinto lugar. Guerreiros e Conquistadores vão fazer de cada jogo uma batalha, sendo que, em teoria, os Guerreiros têm batalhas mais complicadas. E se as batalhas em campo estão difíceis para os homens da Senhora do Leite ou Santa Maria de Braga ao peito (as opiniões dividem-se quanto à santa do emblema) a instabilidade em torno do fica ou vai do atual treinador, com o atual presidente a não garantir a sua continuidade em 2017/18, demonstra que o ambiente na Pedreira não deve ser do melhor, apesar de Jorge Simão afirmar que já muita coisa está a ser preparada para a próxima época e que ainda há muito para conquistar esta temporada. Um sonhador este homem. Deve ter acordado a pensar que era treinador da equipa feminina bracarense.
Nesta altura do campeonato parece que nada se pode garantir na equipa bracarense. Nem quarto lugar, nem treinador e nem mesmo presidente.
Autor: Ana Pereira