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Jorge Simão — Que tipo de liderança?

Todos os que acompanham o fenómeno futebolístico no nosso país, percebem que a forma de liderar de Jorge Simão difere, em muito, da do seu antecessor no nosso clube. Sem o conhecer pessoalmente, penso que os conceitos de liderança que defende estejam umbilicalmente ligados aos perfilhados por Jorge Araújo, que tem vasta literatura produzida nessa área.

Nesta perspetiva, a liderança que Jorge Simão advoga deve envolver todos os elementos naquilo que se entende como fundamental para atingir os objetivos propostos, o que não significa, nem implica, seguir “cegamente” o líder, mas sim, numa procura conjunta das melhores decisões para o sucesso do grupo. Também é defendido, neste conceito, que todos os elementos do grupo devam ser frontais a emitir opinião, não estando nenhum, independentemente do cargo que ocupe, acima da crítica, desde que esta seja fundamentada e contribua para melhorar a eficácia e comprometimento do grupo.

Está provado que esta liderança, se bem utilizada, não só permite melhores resultados como também deixa, no momento da saída, uma equipa mais capaz, mais solidária, mais atuante e com os elementos que a integram a compreender que o sucesso atingido não se deveu apenas às suas performances dentro do campo, mas também às sugestões e ideias partilhadas e promovidas em grupo.
Pelo que percebi, o treinador criticou abertamente, antes do jogo, quem não se quis sacrificar pelo grupo, o que em termos bélicos (trata-se de gverreiros) significa que pode ter havido quem não quisesse dar o “corpo às balas”, sujeitando-se a “perder uma batalha individual”, para possibilitar ao coletivo, ganhar a guerra.

Assim sendo, espero que a postura firme e exigente de Jorge Simão nos leve ao sucesso que almejamos, de preferência sem sacrificar ninguém, pois também sabemos que nas organizações onde o perdão prevalece (desde que usado de forma inteligente e sensata) existe um impacto positivo sobre o desempenho de todo o grupo na procura do sucesso coletivo.

Pela forma como o vejo atuar no banco, incentivando sempre a “errar melhor”, acredito que Jorge Simão, vai identificar e compreender as razões das falhas, (re)unir o grupo e, quem sabe, colocar a cereja no topo do bolo, em terras algarvias, no final deste mês de janeiro.


Autor: Carlos Mangas
DM

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13 janeiro 2017