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“Jesus Cristo ontem, hoje e para sempre"

No mundo romano, celebrava-se no solstício de inverno a divindade do sol, que os cristãos transformaram no Nascimento do Messias Salvador, Jesus Cristo. Hoje, não prestamos culto a uma divindade da natureza, por mais importante que seja, mas ao Messias, que nasceu em Belém da Judeia. O Seu nascimento tem estado envolvido em muita luz, não só natural, mas também artificial, baseada na energia elétrica, policromada. Inserida nesta luz aparece uma pléiade de construções festivas, sobretudo de presépios, de imensas formas e feitios. Os seus autores foram buscar à mãe natureza um cabedal de elementos que o seu engenho descobriu: madeiras, flores, imagens, artefactos. Tem sido o reino da fantasia e da criação. Acendeu-se a fogueira, comeu-se e bebeu-se e cantaram-se hinos de alegria, amor e paz. Um pouco do céu descido à terra e ao meio dos homens. Este esplendor tem incluído personagens que se deslocaram em camelos, de origens longínquas dos territórios persas, transportando presentes valiosos para o Grande Rei. Foram os Reis Magos, guiados por uma estrela milagrosa que os levou até Belém, depois de terem passado por Jerusalém, onde visitaram o rei Herodes. O lugar onde nasceu o Menino Jesus encontra-se dentro da Basílica da Natividade, igreja milenar, com mosaicos e azulejos persas, respeitados por esse povo que, por diversas vezes, arrasou igrejas cristãs, mas respeitou essa Basílica porque lhes dizia respeito. São Justino (100-165 d.C.), no Diálogo com Trifão, refere o seguinte: “José colocou seus aposentos numa determinada caverna perto da aldeia (Belém), e enquanto eles estavam lá Maria deu à luz o Cristo e colocou-o numa manjedoura, e aqui os Magos que vieram da Arábia o encontraram”. Atualmente, a Basílica pertence à Igreja Ortodoxa Oriental, à Igreja Arménia e à ordem dos Frades Franciscanos. O ciclo temporal do Natal terminará com a Festa do Batismo de Cristo, no dia 13 de janeiro. Uma das festas que celebrámos neste ciclo, foi a da Maternidade Divina de Maria, no passado dia 1 deste mês. Vivemos um dogma definido pelo Concílio de Éfeso, em 431. Nessa época vigorava a heresia de Nestório, segundo a qual, em Cristo havia duas naturezas, a divina e a humana, e duas pessoas, a divina e a humana. A Virgem Maria seria mãe da pessoa humana, e, portanto, simples mãe. Essa heresia foi condenada pelo citado Concílio, afirmando a fé cristã: em Cristo, só há uma Pessoa com duas naturezas, e Maria é Mãe de Cristo e, portanto, de Deus. Nesse primeiro dia do ano, celebrou-se também o dia mundial da paz. O Santo Padre publicou uma mensagem para esse dia, com o tema “A boa política está ao serviço da paz”. Nela se refere à má política e à boa política. Na má, censura a corrução, o enriquecimento ilegal, a xenofobia, o racismo, a exploração ilimitada dos recursos naturais… Na boa política refere: “A paz é uma conversão do coração e da alma, sendo fácil reconhecer três dimensões indissociáveis desta paz interior e comunitária: – a paz consigo mesmo, rejeitando a intransigência, a ira e a impaciência e – como aconselhava São Francisco de Sales – cultivando «um pouco de doçura para consigo mesmo», a fim de oferecer «um pouco de doçura aos outros»; – a paz com o outro: o familiar, o amigo, o estrangeiro, o pobre, o atribulado…, tendo a ousadia do encontro, para ouvir a mensagem que traz consigo; – a paz com a criação, descobrindo a grandeza do dom de Deus e a parte de responsabilidade que compete a cada um de nós, como habitante deste mundo, cidadão e ator do futuro”.
Autor: Manuel Fonseca
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9 janeiro 2019