A época de verão é sinónimo de férias, para a maioria das pessoas, e proporciona atividades típicas desta estação. Os dias são mais longos e é altura de idas à praia e à piscina, piqueniques no campo, refeições com família e amigos e convívio na esplanada após o trabalho.
No entanto, é também um período propício à ocorrência de intoxicações alimentares, sendo necessário estar devidamente informado sobre como identificar estas infeções e alguns cuidados a ter para as evitar.
As gastroenterites agudas são normalmente provocadas por agentes microbiológicos, nomeadamente bactérias, vírus e parasitas. Quando estas ocorrem por ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas com micro-organismos (mais frequentemente bactérias) ou suas toxinas, denominam-se intoxicações alimentares.
No verão, com o aumento da temperatura, reúnem-se as condições ideais para a proliferação microbiana, facilitando o desenvolvimento destas infeções.
O tempo de incubação, isto é, o período entre a entrada do agente infecioso no organismo e o início dos sintomas, pode durar de horas a dias e depende de vários fatores, como seja: o tipo de bactéria/vírus, a quantidade de alimento contaminado ingerido e a resposta do organismo de cada indivíduo.
É por isso que, quando um grupo de pessoas ingere alimentos estragados, os sintomas não vão necessariamente surgir na mesma altura ou com a mesma gravidade para todos e, por vezes, alguns não chegam a manifestar qualquer sintoma. Os principais alimentos envolvidos são os ovos, a carne e os lacticínios. Todavia, qualquer alimento que não seja manipulado com higiene adequada pode ser causa de doença.
Os sintomas mais frequentes de uma intoxicação alimentar são diarreia, náuseas, vómitos, falta de apetite, mal-estar generalizado e febre. Por vezes, o facto de afetar toda a família ou um grupo de amigos que partilharam uma refeição permite mais facilmente identificar o alimento responsável.
A maioria destas infeções resolve-se espontaneamente após alguns dias. O tratamento passa pela hidratação abundante e alimentação fracionada e progressiva em caso de vómitos. Poderá optar pela ingestão de líquidos como limonada ou água de arroz/cenoura; preferir a maçã assada e banana madura e evitar a fruta verde; evitar ainda o leite, bebidas gaseificadas e doces.
Contudo, poderá ser importante a observação médica na ausência de resolução das queixas após alguns dias, se apresentar febre elevada ou sangue nas fezes. Caso a doença atinja indivíduos mais frágeis como idosos, bebés e grávidas também é pertinente a avaliação por um médico.
Alguns cuidados básicos são fundamentais: colocar os alimentos frios no frigorífico/congelador o mais rapidamente possível, após a sua compra. A carne e o peixe devem ser bem cozinhados, para eliminar os eventuais micro-organismos presentes.
Antes de manusear alimentos ou cozinhar é essencial a lavagem das mãos. A fruta e os vegetais devem ser bem lavados e o leite não pasteurizado, os ovos crus e a carne mal cozinhada devem ser evitados.
Os alimentos não devem ficar à temperatura ambiente mais de uma hora, num dia de calor, e os restos de alimentos cozinhados devem ser colocados no frigorífico assim que arrefecerem.
Portanto, nesta época do ano não se esqueça: prevenir é a melhor maneira de desfrutar em pleno com aqueles de quem gosta.
Autor: Tiago Leal