BBC News, 13/1/22, para os serviços secretos britânicos MI5, existe uma agente chinesa comunista infiltrada no próprio Parlamento Britânico, símbolo da Democracia no mundo. Uma agente encoberta infiltrou-se no Parlamento, procurando interferir nas decisões políticas, incluindo a negação de violação de Direitos Humanos na China comunista. Um alerta do MI5 deu nota de que Christine Ching Kui Lee estabeleceu ligações entre o P.C. Chinês e Deputados actuais ou aspirantes. Fez várias doações a políticos com fundos provenientes de chineses com residência principal na China e em Hong Kong. O MI5 referiu que qualquer um que contacte Lee, deverá estar consciente da sua afiliação em prol da agenda do P.C. Chinês. A BBC refere que o actual Deputado, e ex-Líder Conservador Sir Duncan Smith, considera isto “grave”, pedindo inclusive que Lee seja imediatamente deportada, bem como seja emitida uma declaração formal do Parlamento. O ex-Ministro Tobias Ellwood também exorta a uma tomada de posição urgente e pública, afirmando que esta é uma daquelas situações de zona cinzenta de interferência externa que “nós podemos antecipar e esperar” da China ditatorial. Esta tomada pública de posição por parte do MI5, não é usual. Mas é uma prova que estão muito preocupados, “sendo necessário agir já”. Se já a interferência russa externa era preocupante, a chinesa comunista internacional tornou-se prioridade. É uma tentativa de influência externa política por parte de uma ditadura que não se confunde com a tradicional espionagem clássica de roubo de segredos. O MI5 considera inclusive que as leis em vigor não conseguem bloquear este tipo de interferências contra a democracia. Ao tornar este assunto público, o MI5 acredita que será uma forma mais prática de cortar o mal pela raiz. A Srª Lee reclama que o seu envolvimento no Parlamento Britânico serve só para representar os chineses do Reino Unido e para aprofundar a sua diversidade e inclusão. Todavia, o MI5 não tem dúvidas em afirmar que toda a acção desta mulher foi feita sob a coordenação encoberta com o “Departamento de Trabalho da Frente Unida do P.C. Chinês”, sob o financiamento da China e Hong Kong. O MI5 afirmou ainda que se está a verificar um engajamento com diversos indivíduos do espectro político um pouco por todo o Reino Unido, incluindo o “All Party Parliamentary Group”, “Chinese in Britain”. Além disso, o MI5 alerta que Lee “pode aspirar a estabelecer APPGs (grupos parlamentares) para promover a agenda do P.C. Chinês”. Lee dirige um escritório de advocacia, com escritórios em Londres e Birmingham. Só o Deputado trabalhista Barry Gardiner, para quem o filho dela também trabalhou, recebeu £420 mil Libras. Mas também o líder Democrata Liberal Sir Ed Davey, €5 mil Libras. A trabalhista Yvette Cooper, Secretária da Administração Interna-Sombra, já condenou veementemente esta tentativa de interferência da ditadura chinesa apelidando-a de maligna. Recorde-se que v.g. já em 26/6/20, o New York Times dava conta de diversas doações – e tentativas para comprar – a políticos australianos. Porém, tudo foi desmascarado e a Austrália é neste momento um adversário assumido da China ditatorial. Ao mesmo tempo, a Human Rights Watch critica o insuportável silêncio do Secretário-Geral da ONU, Guterres, sobre os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim. Guterres vai se deslocar à abertura dos jogos sem ter dito uma palavra sobre a violação dos mais fundamentais direitos humanos pela ditadura chinesa. O Director do HRW critica Guterres “por ter ficado completamente calado e por se ter recusado a criticar o governo chinês”. EUA, Austrália, Canadá e Reino Unido anunciaram que não vão enviar representantes oficiais aos jogos "por causa do genocídio em curso e de crimes contra a humanidade de Xinjiang e de outras violações contra os direitos humanos". E em Portugal e União Europeia, não haverá também compra de políticos, jornalistas e financiamento de partidos políticos por parte da China comunista? Perguntar não ofende, diz o Povo.
Autor: Gonçalo S. de Mello Bandeira