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Insuficiência Cardíaca

Hoje assinala-se o Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca. Em Portugal, cerca de 380.000 indivíduos sofrem de Insuficiência Cardíaca (IC).

Contudo, com o envelhecimento da população, estima-se que em 2030 a prevalência desta doença aumente em 25%. Atualmente, a IC é o principal motivo de internamento hospitalar nas pessoas com mais de 65 anos.

A IC é uma doença que surge quando o coração não consegue bombear o sangue de forma adequada para o nosso corpo. Isto pode acontecer por fraqueza do músculo do coração ou, por uma alteração ao normal fluxo de sangue no coração.

A principal causa de IC é a Cardiopatia Isquémica, ou seja, o sofrimento do músculo do coração devido à obstrução das artérias coronárias, na sua forma de apresentação mais grave, o Enfarte Agudo do Miocárdio.

A IC pode ser também devida a uma inflamação do músculo do coração, a tóxicos, como o álcool, a doenças valvulares, a arritmias, a anomalias congénitas ou a doenças familiares do músculo do coração.

A IC pode surgir de forma repentina, como acontece após um Enfarte Agudo do Miocárdio, ou aparecer de forma progressiva ao longo de meses ou anos. Os sintomas da IC podem ser resultado da acumulação de líquidos, porque o coração não consegue ajudar os rins a eliminar adequadamente os líquidos do organismo.

Assim, surgem os inchaços nas pernas e na barriga. O doente começa a sentir falta de ar e tosse pela acumulação de líquidos no pulmão. Estes sintomas aparecem com os esforços, mas também tipicamente quando a pessoa está deitada.

A acumulação de líquidos no fígado e trato digestivo pode levar à perda de apetite, sensação de enfartamento, enjoos, vómitos e dores de barriga.

Por outro lado, a fraqueza do coração leva a que o sangue não chegue de forma adequada a todos os orgãos, e desta forma, o doente pode sentir-se cansado, apresentar tonturas, desmaios e diminuição da quantidade de urina produzida.

A prevenção da IC faz-se primariamente pelo controlo dos fatores de risco cardiovascular. Desta forma, passa pela abstinência tabágica, pela prevenção e controlo da Hipertensão Arterial, da Dislipidemia (colesterol em excesso), da Diabetes e da Obesidade. Assim, uma alimentação equilibrada e o exercício físico são fundamentais.

Outro fator importante na prevenção da IC, é reconhecimento precoce dos sintomas do Enfarte Agudo do Miocárdio e a ativação rápida da ajuda adequada (ligar o 112). Quando uma artéria coronária está obstruída, quanto mais rápido o doente for tratado, menor será a probabilidade de desenvolver IC.

Evitar o consumo excessivo de álcool é também fundamental para prevenir a IC, pois este é tóxico para o músculo do coração, enfraquecendo-o e dilatando-o.

O tratamento da IC incluiu um conjunto de medicamentos que demonstraram melhorar a qualidade de vida, aumentar a sobrevida e reduzir os internamentos por descompensação.

Os benefícios desta medicação dependem da correta adesão do doente à mesma. Os sintomas que resultam da acumulação de líquidos podem requerer o tratamento com diuréticos, fármacos que aumentam a produção de urina.

Nas formas mais graves da doença, o tratamento pode incluir a implantação de dispositivos (chamados de CDI ou CRT), que detetam e tratam arritmias graves ou ajudam o coração a contrair de forma mais sincronizada e eficaz.

Nos doentes com IC avançada, quando se considera que a sobrevida do doente com o coração próprio será muito curta, o tratamento pode passar por um transplante do coração.


Autor: Juliana Martins
DM

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4 maio 2018