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Imaculada Conceição

1. A Igreja Católica celebra hoje a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. É um dogma de fé definido por Pio IX em 8 de dezembro de 1854. Na bula «Ineffabilis Deus» lê-se: «É doutrina revelada por Deus – em que, portanto, todos os fiéis têm de acreditar firme e constantemente – que a Virgem Maria, por graça e privilégio de Deus Todo-Poderoso, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, foi preservada imune da culpa original, no primeiro instante da sua conceção» Quatro anos depois, a 25 de novembro de 1858, essa verdade foi confirmada em Lurdes pela aparição a Bernardete. A Senhora disse: Eu sou a Imaculada Conceição. Vinte e quatro anos antes, a 27 de novembro de 1830, Nossa Senhora tinha aparecido na Rua Du Bac, em Paris, a uma irmã da Caridade, Catarina Labouré, a quem ensinou a jaculatória: Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. 2. Recordodatas e factos da nossa História: São Nuno Álvares Pereira, então Condestável do Reino, mandou edificar em Vila Viçosa uma ermida dedicada à Imaculada Conceição, a primeira em toda a Península Ibérica. D. João IV declarou, nas Cortes de Lisboa, em 1646, que a Virgem Nossa Senhora da Conceição passava a ser Padroeira de Portugal, prometendo-lhe em seu nome e no dos seus sucessores o tributo anual de 50 cruzados de ouro. O mesmo Soberano ordenou que os estudantes da Universidade de Coimbra, antes de tomarem qualquer grau, jurassem defender a Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Em provisão régia de 25 de março de 1646 proclamou Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa Padroeira de Portugal. Pôs na Imagem da Senhora a coroa real e a partir de então nunca mais nenhum dos nossos monarcas a usou. Comemorando este facto cunharam-se umas medalhas de ouro de 22 quilates, com o peso de 12 oitavas, e outras semelhantes, mas de prata, com o peso de uma onça, as quais foram depois admitidas por lei como moedas correntes: as de ouro por doze mil reis; as de prata, por 600 reis. A descrição é a seguinte: JOANNES IIII, D. G. PORTUGALIAE ET ALGARBIAE REX – Cruz da Ordem de Cristo e no centro as armas portuguesas. Reverso: TUTELARIS REGNI – Imagem de Nossa Senhora da Conceição sobre o globo e a meia lua, com a data de 1648. 3. Cabido da Sé de Braga: «Auto do juramento a ‘Nossa Senhora da Conceição’, prestado pelo Cabido da Sé Primacial de Braga, no dia 24 de Fevereiro do anno de 1647: Nós, Dignidade, Conegos e Cabido da Santa Sé de Braga, Primaz das Hespanhas,sedè vacante; e mais clero presente, com os regedores, nobreza e povo d’esta cidade; conformando-nos com o que Sua Magestade tem obrado, e nos encommenda e manda, segundo osBrevesde Sua Santidade, em conformidade dos quaes o dito senhor Rei, seguindo o exemplo dos senhores Reis d’ste reino, seus predecessores, tem tomado porPadroeirados reinos e senhorios d’esta coroa de Portugal a Santissima VirgemNossa Senhora da Conceição; - promettemos e juramos, de confessar sempre até dar a vida, se necessário fôr, e assim defender, que a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi concebida sem peccado original etc. É assignado pelo Cabido, clero, nobreza e povo: cujo acto solemne foi feito perante a camara e em seus paços – assignando ella tambem». (Sena Freitas, «Memórias de Braga, vol. III, pag. 207). 4. O Sameiro começou por ser um monumento a comemorar a definição dogmática da Imaculada Conceição. Construído por iniciativa do P. Martinho António Pereira da Silva foi benzido em 29 de agosto de 1869. Em Fátima Nossa Senhora apelidou o Seu coração de imaculado. Jesus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração, afirmou; por fim o meu Imaculado Coração triunfará, disse também.
Autor: Silva Araújo
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8 dezembro 2021