Apresentei numa das últimas crónicas a temática da Ética Desportiva e da necessidade de todos os agentes ligados ao fenómeno interpretarem essa urgência de trabalho.
Hoje, decidi falar sobre um tema que é tão ou mais urgente que o acima referido: a Igualdade no Desporto.
Braga tem inúmeros projetos que nos fazem orgulhar enquanto cidadãos e que defendem a inclusão e igualdade nas mais diversas modalidades existentes. Atribuir na Gala do Desporto o Galardão de Mérito e Excelência ao José Carlos Macedo foi dos atos mais nobres, justos e emocionantes que vivenciei nos últimos tempos. O José Carlos é, com o seu sorriso em todos os momentos, o melhor exemplo da inclusão e igualdade no Desporto.
Ele representa a esperança, a superação e o eliminar de barreiras à felicidade. É de facto uma bandeira nacional e internacional que nos faz olhar para a vida de outra forma. Parabéns a ele e a toda a sua equipa de trabalho pelos feitos e medalhas atingidas e, principalmente, por nos fazerem sorrir.
Braga apresenta também Modalidades Desportivas inclusivas, onde destaco o Centro de Desporto Adaptado e o futuro espaço Centro de Artes e Desporto Inclusivo, que envolve dezenas de instituições na defesa da Igualdade através do Desporto.
Mas há outra temática dentro da Igualdade de Género que deve ser estimulada e que devemos ver como prioridade no trabalho do desenvolvimento desportivo: a Igualdade entre os Sexos, nomeadamente na presença de mais mulheres nas diferentes modalidades desportivas. Mesmo aqui já temos dados passos enormes, nomeadamente no aparecimento de equipas femininas de futebol, andebol, voleibol, entre tantas outras.
Mas queria aqui destacar dois projetos, um já bem cimentado e outro que será apresentado em breve, que mostram uma força feminina extraordinária no fenómeno desportivo.
O primeiro é o projeto Academia de Bilhar, da bracarense Sara Rocha, que é uma grande especialista no Snooker, e que tem levado (e elevado) o nome da cidade e do país a todos os cantos do mundo. Organizou esta última semana, uma Prova Europeia de Pool Feminino, com 48 participantes internacionais, mostrando assim a força de um género numa modalidade tradicionalmente atribuída ao sexo oposto.
A ela endereço os meus sinceros parabéns e reconhecimento pelo trabalho notável que desenvolve pela modalidade e pela Igualdade de Género no Desporto.
O segundo exemplo que queria apresentar é o novo projeto “Braga Skate”, que espelha uma dinâmica muito interessante desta modalidade que será olímpica em Tóquio 2020.
Liderados pelo rosto da modalidade em Braga, Ruben Costa, esta equipa apresenta praticantes da modalidade e jovens licenciados, entre os quais advogados e engenheiros (José Rego e Miguel Souto), mas também uma diretora, de seu nome Maria Pinheiro, advogada e amante do Skate.
Ela terá a tarefa de estimular mais mulheres para a prática da modalidade e mostrar que nada separa os géneros na concretização da mesma.
Com esta nova aposta do Braga Skate objetiva-se eliminar alguns estereótipos de género relacionados com esta modalidade, levando a prática da mesma a escolas, instituições e empresas, com forte empenho para a presença feminina nas mesmas.
Estes dois exemplos afirmarão ainda mais o titulo de Braga Cidade Europeia do Desporto 2018, deixando raízes para que o futuro seja mais eclético, igualitário, e da verdadeira perseguição ao slogan “Desporto para Todos”!
Autor: Ricardo Sousa
Igualdade sobre rodas

DM
21 novembro 2017