Notícias difusas, pezinhos de lã premeditados, eis a que os defensores da ideologia do género têm condenado a sociedade actual. Não põem em debate público – ao menos isso – as suas tristes ideias sobre o que é o homem. Não lhes interessa. O que pretendem – e estão a consegui-lo de modo sorrateiro, imoral e ditatorial – é impor as suas ideias, através de leis que aparecem de repente, sem se saber bem como, e passam a gerir a sociedade.
Não têm qualquer preocupação democrática. “O que nós pensamos” é o que conta e os outros que respeitem estas noções como algo indiscutível. Não procuram o diálogo, nem muito menos argumentar sobre uma temática gritante e nefasta. Consideram o homem como um ser que até agora viveu erradamente o despotismo da sua natureza. Já não há varão e mulher, segundo a lei natural e, menos ainda, como o afirma o Génesis bíblico. Essa coisa é uma relíquia do passado, extremamente impositiva. A partir de agora – nós é que sabemos – o ser humano é apenas uma entidade racional, que pode construir à vontade da sua imaginação e livre arbítrio, aquilo que deseja ser. Já não é homem nem mulher, repete-se, mas o que determinar a sua disposição.
O sexo deixou de ser o fundamento da constituição natural da sua entidade. E é assim que devem ensinar as pedagogias mais evoluídas das escolas, queiram ou não os encarregados de educação.
Assiste-se, como se referia, a uma imposição tirânica contra o que a natureza determinou. Não há natureza humana, ou melhor – isso que é uma evidência óbvia – deixa de contar para formar a personalidade de uma pessoa. Esta será, sim, o que cada um quiser, de acordo com o seu gosto, ou a sua inclinação.
Se tudo isto parece estranho e rocambolesco, a verdade é o que está a acontecer na nossa sociedade. Deixa de ser um espelho do que a natureza, inequivocamente, apresenta, mas um confuso agregado de entidades, em que cada uma, de acordo com o seu critério, entende que é ou deseja ser.
Mas atenção: quem decidiu este percurso, já oficializado entre nós, não pediu autorização, nem expôs a debate público, como se frizou, este pacote de ideias sorumbáticas. Caladamente, como quem não quer a coisa, assim costuma dizer-se, impõe-nas legalmente. Os cidadãos não são consultados nem convidados a expor os seus pareceres.
Eis uma ditadura verdadeiramente ideológica e totalitária, baseada na superioridade indiscutível dos seus mentores, que, cobardemente, como uma “mafia” que age sem autorização nem respeito a não ser por si mesma e pelos seus fins, obriga todos os cidadãos, de um dia para o outro, a achar-se num mundo diferente, sombrio, indeterminado, em que objectivamente, sendo homem ou mulher por natureza, é não sabe bem o quê com a possibilidade de tornar-se aquilo que o seu “género” escolher. Mas esta opção nunca é definitiva, porque tem possibilidade de alterar-se de acordo com o que as circunstâncias da vida, do ambiente e do querer de qualquer um determinar.
Não estranhem, pois, os encarregados de educação que um seu filho chegue a casa da escola com a ideia clara de que já não há meninos ou meninas, porque o que conta para a identidade de cada um não é, de maneira alguma, a natureza humana, mas o que, superiormente, a “ideologia do género” legislar como mais conveniente.
Autor: Pe. Rui Rosas da Silva