Nos últimos artigos tenho tido a preocupação de me dedicar, quase exclusivamente, ao que será o futuro do desporto no nosso país e por esse mundo fora, face aos efeitos nefastos que a pandemia Covide-19 originou no setor e que consequências trará para a grande maioria das modalidades desportivas praticadas, nomeadamente as de pavilhão.
Ao contrário do desejo de muitos, que receiam a mudança, e que pensam que depois desta pandemia tudo vai ficar na mesma, eu creio que nada será como dantes. A voragem dos pensamentos que pairam na minha cabeça, balançam entre tentar compreender as grandes transformações que esta situação irá certamente provocar na sociedade em geral e no desporto em particular e as implicações que isso terá nas nossas vidas e comportamentos.
Por mais que me esforce, e por mais de gostasse de poder apresentar grandes soluções e estratégias, grandes perspetivas e caminhos para tornar o desporto de pavilhão como elemento preponderante e aglutinador com um impacto social determinante, face aos seus benefícios, os meus pensamentos atropelam-se e não consigo ainda arrumar e projetar as minhas ideias.
Como vai ser o desporto daqui para frente? Saberemos encontrar soluções para superar esta profunda crise e relançar as modalidades nesse desígnio nacional, tão ambicionado por todos, face à importância que o mesmo possui na melhoria da saúde pública e do bem-estar de todos os cidadãos? Será que o caminho é o regresso, assim que possível, aos pavilhões ou retomar a prática, bem sei que com menores condições, em espaços ao ar livre? O que é mais importante conquistar os pavilhões ou retomar, de uma forma, o mais alargada possível, a sua prática? Sinceramente não sei. Apenas algumas ideias e muitas dúvidas…mas penso que nada será como dantes e só o futuro o dirá!
Tenho pensado nalgumas sugestões, e em algumas propostas pontuais, mas enquanto não se encontrarem respostas para o vasto turbilhão de dúvidas que assolam as nossas cabeças vou pensando nas pequenas/grandes implicações, que o pós Covid-19 terão no recrudescer do desporto em geral e nas modalidades em particular. Assim a título de exemplo, e em jeito de brincadeira, penso que será mais fácil do que nunca explicar o distanciamento que devem ter uns dos outros e compreender a situação, o que nos ajuda a resolver o problema da aglomeração.
Todo este pensamento e considerações nasceram ao ouvir uma das minhas canções preferidas de Zeca Afonso que começa com: "amigo maior que o pensamento por essa estrada amigo vem"; “seja bem-vindo quem vier por bem” e termina "em sonhos me visitaram traz outro amigo também."
Mais do que nunca temos que saber sonhar, possuir muitas ideias, ser maiores que o pensamento e ter a capacidade de trazer muitos amigos também.
Autor: Luís Covas
Ideias

DM
5 junho 2020