Uma primeira conta que uma mãe, querendo sublinhar a importância deste mês para viver muito a preceito a devoção a Nossa Senhora, explicou ao filho mais novito que a Santíssima Virgem era tão importante, que “fazia anos” durante todos os dias de Maio. Por isso, devíamos dar-lhe os parabéns quotidianamente, rezando-lhe e praticando uma boa acção… O rapaz achou um exagero e, com certa inveja, lamentava-se de que, no seu caso concreto, apenas pudesse festejar o aniversário num único dia. A mãe tentou vários argumentos, mas não o convencia. Até que foi ele mesmo a encontrar a solução: “Está certo. Como Nossa Senhora é Mãe de todos os homens, se todos lhe telefonassem num só dia para o Céu, entupiam-se as linhas e os telefones...”.
Um milagre de Lurdes diz-nos que uma criança, com problemas de paralisia, foi levada a este lugar mariano, na esperança de encontrar a cura para o seu mal. A mãe e ele assistiam à Bênção do Santíssimo para os doentes. Quando a custódia se aproximava dos dois, ouviu-se a voz do miúdo dizer, queixando-se a Jesus eucarístico: “Se Tu não me curas, vou dizer à tua Mãe..!”. O sacerdote comoveu-se e, ao passar outra vez com o Santíssimo Sacramento, perto dele, ouviu-o de novo clamar com profunda convicção: “Se Tu não me curas, vou dizer à tua Mãe...!”. E, naquele mesmo momento, ficou curado.
Numa representação popular da Paixão do Senhor, Judas Iscariotes, quando se apercebe de que o Sumo-sacerdote judaico não volta atrás na condenação à morte de Jesus, atira as moedas ao chão e sai, desesperado, aos berros: “Onde posso ir? Quem me pode valer? Tudo está perdido!!!...”. E é então que um rapazito, muito consternado, grita a sua mãe, aí presente: “Ó mãe, por que é que não vai ter com Nossa Senhora...?”
Por fim, um bispo, James Walsh, que esteve nas masmorras da China Comunista, entre 1961 e 1973, escreveu sobre o Terço, a oração predilecta de Nossa Senhora, tão recomendada em Fátima aos pastorinhos, em 1917.
“É suficientemente simples de rezar, mesmo para uma criança, e, além disso, suficientemente rico para remediar qualquer necessidade. Amparou-me toda a vida e também quando eu não dispunha de outros meios. Encontrei no Terço o meu grande sustento, um salva-vidas que nunca falha; foi o meu grande sustento, durante os doze anos de prisão.
Não tinha qualquer acesso a leituras de carácter religioso, nem possibilidade de obtê-las. Era-me impossível celebrar Missa ou rezar o Breviário. Que fazer nestas circunstâncias?
A resposta foi pronta e automática: o Terço pode rezar-se com os dedos, tal como se usasse as contas. Durante anos tinha rezado as três partes do Rosário. Na prisão pude rezar seis, quase sempre doze e, por vezes, até dezoito”.
Decerto que Maria Santíssima não quererá que, na nossa vida normal e quotidiana, mesmo durante este mês de Maio, copiemos à letra o que fez o Bispo James Walsh na reza do Terço, durante os anos de cativeiro. Mas ficará muito grata se lhe dedicarmos a mesma devoção e a mesma confiança.
Autor: Pe. Rui Rosas da Silva