Saber selecionar conhecimentos e desenvolver racionalmente aptidões é a grande prioridade do homem. Este objetivo parece que está a desaparecer dos horizontes da humanidade. Ao ouvir e ver as notícias difundidas pelos Meios de Comunicação Social ou ao escutar e analisar os discursos e as decisões dos políticos, sem excluir os responsáveis pelos destinos das grandes potências mundiais, a desilusão é enorme.
Eles revelam uma incompetência, um amadorismo e uma impreparação desconcertantes e profundamente perigosos para o futuro das comunidades. É sério o risco que a humanidade corre devido à mediocridade e à ingenuidade de muitos responsáveis e à maldade de uns tantos outros.
Parece que anda tudo maluco e contaminado por uma insensatez irrecuperável e crónica. O homem caminha para uma irracionalidade preocupante. Muitos indivíduos cometem enormidades que nem ao demónio lembra. Os jovens correm loucamente para os eventos festivaleiros, muitas vezes, bem acolitados por uma franja de adultos entusiasmados pelos excessos irreverentes que se passam nesses locais.
Noutra área da vida humana, veem-se milhões de deslocados por causa dos conflitos regionais que se eternizam de modo injusto e desumano. De um modo similar, constata-se também a movimentação de milhares de refugiados de países, onde as populações passam carências, inclusive situações de fome que as vitima, embora os seus governantes lhes prometam as sobejamente conhecidas promessas de um “paraíso terreno” ou de “um país próspero” onde nada faltará! Até quando existirão governantes milagreiros impiedosos?
A vida dos homens exige racionalidade, justiça, sinceridade e harmonia, integradas numa convivência sadia e pacífica. Ela nunca pode encerrar em si mesma qualquer espécie de inveja, de prepotência ou de violação da dignidade humana.
Quem tem a responsabilidade da gestão das empresas, das instituições, das autarquias e da governação dos países não pode ter veleidades de favorecimentos particulares nem desejos de uma aplicação inadequada da justiça social.
Por seu turno, as pessoas já não querem conviver como outrora, quando se juntavam em locais próprios onde se passavam umas horas de sã cavaqueira, passeando de um lado para o outro. Agora, refugiam-se em casa, comunicam pelas redes sociais que as vão mutilando na sua existência em comunidade.
Será que os responsáveis não sabem nada do que se passa, não veem ou não querem ver? Reflitam, ao menos, ao constatar estas e outras calamidades no dia a dia das populações.
A primeira lição a tirar da arte de saber governar, bem como de saber-se viver numa sociedade harmoniosa, consiste em desenvolver as grandes habilidades humanas que permitem discernir o que se deve fazer do que não se deve concretizar.
Há ainda muita gente que não aprendeu o mais importante da vida: saber como nos devemos comportar para podermos viver em paz, em harmonia e nas condições que respeitem a dignidade humana e que, deste modo, facultem uma sobrevivência racional adequada.
Autor: Artur Gonçalves Fernandes