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Há vida além do muro!!!

Pode-se discutir a eleição mas, de facto, foi o povo americano que, em liberdade, traçou o seu destino atual.

A situação internacional a que chegamos é preocupante. E digo-o porque vejo os líderes internacionais com responsabilidades nos seus territórios a nada dizerem e a nada mostrarem perante tamanhas barbaridades que se pretendem levar a cabo. Parece-me que o velho Far West está a regressar às telas.

A construção de um Muro com o México, para se resolver o problema da entrada ilegal de migrantes na nação americana, faz lembrar o “segredo” do canalizador que resolve o problema da fuga de água numa habitação fazendo o corte geral da mesma. Nesta solução, mesmo não havendo água e podendo-se viver pior ou mesmo morrer por isso não faz mal, pois o primeiro problema da fuga está resolvido.

E é isso mesmo que avalio nesta postura do novo Presidente Americano que, para se mostrar corajoso e imponente, tenta resolver as questões políticas da forma mais fácil e populista.

Será bom que o Sr. Donald perceba que os muros não deixam entrar, mas também podem não deixar sair! Já vemos alguns países a responderem na mesma moeda e a cortarem relações no imediato.

Não posso nem quero acreditar que caminhamos para uma nova era onde o egoísmo, egocentrismo e vaidade vão tomar conta do nosso dia-a-dia. Espero que a União Europeia aproveite este fenómeno e mostre solidez, união, liberdade e democracia plena dos seus povos.

Os problemas do Mundo não se resolvem fechando a casa a 7 chaves. Essa é a forma de quem não tem inteligência suficiente para dialogar, negociar e encontrar soluções conjuntas para um Mundo que é de todos. Aquele que se julgar dono de tudo vai, mais cedo ou mais tarde, cair como qualquer outro “alucinado”, pois a vida isolada não será o ideal para o mundo a deixar às próximas gerações!!!

Por isso, e num tom mais positivo, quero aqui destacar o Encontro de Lisboa dos países do Sul da Europa e nas frases de afirmação democrática que de lá saíram face ao que está a acontecer com esta nova entrada do Sr. Donald na Casa Branca.

Se a solidariedade dos tratados for agora posta em prática a vitória do bom senso e da liberdade permanecerá. Não há preço que pague o que fomos conquistando ao longo dos séculos. Por isso, prefiro que a Europa dê um passo atrás na sua pujança comercial internacional mas mantenha os seus ideais democráticos bem vivos do que, por medos financeiros, se deixe dominar por um Presidente que já mostrou que primeiro ele, só depois ele e no final ele!

 

Autor: Ricardo Sousa
DM

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31 janeiro 2017