Habituados a criticar o povo português, a quem apontamos todos os defeitos e mais algum, esquecemo-nos que a generosidade é uma das suas virtudes mais notáveis.
Noutros tempos, nas comunidades rurais, as pessoas de poucas posses mobilizavam-se para acudir a uma família a quem o fogo consumiu a habitação ou a quem uma fatalidade vitimou uma vaca, elemento imprescindível para assegurar o sustento a quem vivia do cultivo da terra.
Esses fortes laços comunitários diluíram-se. Contudo, numa sociedade em que muitos vivem deslumbrados com o seu próprio umbigo, temos tido provas da capacidade de mobilização dos portugueses em momentos cruciais.
Infelizmente, a sucessão de escândalos tem-nos mostrado que há quem se aproveite da nossa boa-vontade e que não podemos confiar facilmente em pessoas e instituições que não conhecemos.
Há razões mais do que justificadas para sermos prudentes na hora de contribuir para causas que apelam à nossa generosidade, mesmo que se apresentem como questões de vida ou de morte, porque corremos o risco de estar a encher os bolsos a quem nos está a fazer de parvos.
Autor: Teresa Ribeiro
Generosidade com prudência
DM
8 agosto 2019