twitter

“Gaudete et Exsultate” – Nova Exortação Apostólica do Papa Francisco

É a terceira exortação apostólica que o Papa inicia com um convite à alegria! Um manual de espiritualidade para o século XXI, onde o Papa diz o que é ser santo:

. Ser santo é distanciar-se de uma sociedade alienada, enredada em tramas políticas, mediáticas, económicas, culturais e mesmo religiosas;

. É rejeitar a tentação de superioridade que leva a julgar o outro, refugiando-se no cumprimento de “preceitos e prescrições”;

. É seguir um modelo cristão de felicidade como alternativa ao consumismo, à pressa e à indiferença face ao outro

. É optar por uma vida cristã centrada nas ´ Bem – aventuranças` …

Mas o Papa também diz que ser santo requer uma “luta constante contra o demónio” que é mais do que um mito… uma realidade bem patente!… Consiste no esforço por viver as Bem-aventuranças porque é o caminho principal de ir “contra a corrente” em relação à direção do mundo.

O chamamento à santidade é para todos, universal e possível como tantos e tantas ao nosso lado, o têm conseguido e demonstrado. Essencialmente, a vida de santidade está intimamente ligada à vida de misericórdia. À vida do que sabe comover-se e mover-se para ajudar, para curar, para compreender…

É evidente que o Papa propõe um modelo cristão de felicidade como alternativa à sociedade “consumista e egoísta”. Diz: – “Se não cultivarmos uma certa austeridade, se não lutarmos contra a febre que a sociedade de consumo nos impõe para nos vender coisas, acabamos por nos transformar em pobres insatisfeitos que tudo querem ter e provar”.

A exortação que começa por apresentar-se como um apelo renovado à santidade, manifesta-se, no fundo, como proposta radical de vida. Uma proposta em que “ao pedir tudo, oferece em troca a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”, sublinha Francisco.

Prossegue, alertando para a necessidade de uma luta “constante” contra a “mentalidade mundana” que nos engana e atordoa, concluindo no quinto capítulo com o convite ao combate contra o maligno que, escreve o papa, “não é um mito”, mas um ser pessoal que nos atormenta” (n.º 160 – 161).

Quem não quiser reconhecê-lo, ver-se-á exposto ao fracasso ou à mediocridade. As suas maquinações, indica, devem ser contrastadas com a “vigilância”, usando as “armas poderosas da oração, os Sacramentos, a Adoração Eucarística, e com uma vida permeada de caridade (n.º 162).

O Papa Francisco continua referindo como importante também o “discernimento” particularmente em uma época “que oferece enormes possibilidades de distração e ação “que não deixam espaços vazios onde ressoe a voz de Deus”.

Por tudo isso, o Papa pede cuidados especiais para os jovens, muitas vezes expostos a perigos constantes em mundos virtuais doentios e distantes da realidade.

Diz: “Não se faz discernimento para descobrir o que mais podemos derivar dessa vida, mas para reconhecer como podemos cumprir melhor a missão que nos foi confiada no Batismo” (174). Considera ainda que nesta sociedade, “volta a ressoar o Evangelho” para oferecer “uma vida diferente, mais saudável e mais feliz”, a santidade.

Esta, explica, não está reservada apenas a algumas pessoas, mas encontra-se “por toda a parte”, nas famílias, no trabalho, naquilo a que o Papa chama “ Classe média da santidade”…

Para ser santo não é necessário ser Bispo, Sacerdote, Frade ou Freira… Somos todos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia onde cada um se encontra.

O Papa Francisco recorda, sobretudo, a chamada de cada um de nós à santidade, cada um no seu caminho, e de modos muito variados, mas onde a caridade deve ocupar o centro da nossa vida. O centro da hierarquia das virtudes. O Mandamento Novo de Jesus: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos!”…

Seremos julgados pelo amor em ações concretas! É Jesus Cristo que o diz:

Vinde, Benditos de Meu Pai, habitar o Reino que vos está preparado, porque tive fome e destes-Me de comer, tive sede… estava doente e fostes visitar-Me! Porque o que fizeste a cada um dos meus irmãos mais desvalidos, foi a Mim que o fizestes! Ou que o deixastes de fazer!


Autor: Maria Helena Marques
DM

DM

4 maio 2018