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Fórmula mágica

Hoje, as equipas possuem mais conhecimentos e controlo sobre o processo de treino, por isso, podem ser mais sistemáticas no comportamento e na preparação das adversidades, aumentando a “prontidão” para a competição. Em ambientes de elevada pressão, stress e ansiedade são frequentes alguns lapsos de atenção, em qualquer ser humano, e que dá dimensão à “humanidade do desporto” (“errar é humano…”). Não é por acaso que, muitos dos atletas de elite, com fortes níveis de rendimento, utilizam estratégias diversificadas para lidar com o stress e ansiedade associados à competição e ao treino, como forma de preparação para os grandes momentos, o que lhes aumenta a probabilidade de sucesso e de êxito.

É nos momentos de decisão, na época e principalmente nesta parte final, que os grandes atletas e as equipas competentes, devem assumir a sua responsabilidade. Na bibliografia encontram-se muitas referências aos treinadores de sucesso, como elementos que são capazes de “apresentar as circunstâncias e as ações do adversário”, ajudando os seus jogadores a encontrarem a melhor forma de resolver os problemas e as dificuldades que ocorrem, camuflando as suas próprias emoções e inquietações. O atleta pode falhar, porém, de uma forma generalizada, acreditamos que se torna possível definir um conjunto de linhas comuns, quanto ao comportamento positivo para ultrapassar, com sucesso, os grandes momentos.

Não existem "receitas", nem "fórmulas mágicas", das quais atletas e treinadores se possam servir, em treino e competição, para resolverem os problemas que a competição impõe, porém existem princípios que poderão envolver o quadro teórico da intervenção pedagógica, preparando os atletas para os “grandes momentos”. No último encontro entre o Real Madrid e o Barcelona, Lionel Messi, representou tudo aquilo que um treinador anseia dos seus, grandes, atletas: serem competentes e decisivos para o resultado final. Depois de ser atropelado pelo defesa brasileiro Marcelo, e ser alvo de algumas provocações, no sentido de o desestabilizar emocionalmente, a vedeta argentina, conseguiu, com, literalmente, sangue e suor, manter uma competência desportiva anormal, exclusivo aos grandes jogadores.  

Poderia não ter acontecido, mas depois das incidências, num jogo de outro mundo, num campo extremamente difícil e no momento decisivo da época, ser capaz de marcar, já para além da hora, o golo decisivo, eventualmente, que poderá ditar a vitória final no campeonato, não é para todos, mas só alguns o podem fazer. Os atletas têm sempre os “papéis” mais difíceis de desempenhar, mas são estes “enormes” atletas que fazem a diferença e criam a história das modalidades e do Desporto. Coincidência, talvez não…


Autor: Carlos Dias
DM

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28 abril 2017