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Focos de violência extrema…

Após o choque das imagens de violência extrema ocorrida na zona de Solum, em Coimbra, onde foi brutalmente agredido um jovem de 24 anos, quando socorria um funcionário de 57 anos ao serviço de um restaurante de “fast food”, surge de novo à ribalta outra agressão física inadmissível, por um conjunto de seguranças privados, na discoteca lisboeta “Urban Beach”. As vítimas em referência, já prostradas no solo, foram contínua e impiedosamente pontapeadas na cabeça e em diversas partes do corpo, levando-as a um estado de saúde crítico, com prognóstico reservado, correndo risco de vida. No caso do espaço de diversão em apreço, a PSP já tinha recebido cerca de 37 participações de atos de violência perpetrados por alegados funcionários de segurança privada naquele recinto, não se percebendo a passividade das instâncias judiciais à investigação das queixas registadas pelas vítimas, que mais não faziam do que procurar momentos de diversão. Tanto quanto se percebe, não se justificam atitudes reprováveis e ilegítimas destes profissionais, que devem assumir, sem qualquer contemplação, as suas responsabilidades disciplinares, criminais e cíveis. É preocupante este novo cenário de agressividade física e mesmo psicológica, emergindo a necessidade de instituições policiais e judiciais implementarem mecanismos de combate e dissuasão dos agressores. Em boa verdade e nunca levado a sério como é habitual nesta terra nacional, o Relatório da Segurança Interna (RASI) já tinha alertado mais do que uma vez para a existência de grupos de criminosos organizados e violentos infiltrados na atividade de vigilância de estabelecimentos de diversão noturna, utilizando em alguns casos pressões intimidatórias e ilícitas com proveitos económicos, obrigando os seus proprietários a cederem aos intentos dos malfeitores. As instituições judiciais, pela via do Ministério Público, no uso das suas competências, devem ser implacáveis com os agressores, aplicando-lhes penas exemplares. Acabemos de vez com a panóplia de ocorrências graves e danosas perpetradas por seguranças privados sobre as pessoas. Urge monitorizar e vigiar o funcionamento das empresas de segurança privada, como um estímulo na reeducação dos seus funcionários.
Autor: Albino Gonçalves
DM

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6 novembro 2017